Os brasileiros retomaram o ritmo de viagens após os anos de 2020 e 2021, quando a pandemia de covid-19 afetou profundamente o turismo. Segundo o módulo de Turismo da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, 15,3 milhões de domicílios registraram ocorrência de viagem em 2023, o que representa 19,8% do total.
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O valor está acima dos registrados nos anos de pandemia, quando, em 2020, 9,9 milhões de domicílios (13,9%), e em 2021, 9,1 milhões de domicílios (12,7%) registraram alguma viagem de um de seus moradores.
A pesquisa cita os dados de 2019, mas, por terem sido colhidos durante os três últimos meses do ano não devem ser comparados diretamente. No final daquele ano pré-pandemia, 21,8% dos domícilios relataram a realização de viagens de moradores.
Ainda assim, em números absolutos, a quantidade de domicílios em que não houve viagens em 2023 é superior à de 2020: 62,1 milhões (80,2%) frente a 61,1 milhões (86,1%).
O levantamento mostrou discrepâncias vinculadas ao rendimento mensal per capita dos domicílios. Entre aqueles em que as pessoas ganham quatro salários mínimos ou mais, 46% tiveram alguma viagem durante os três meses anteriores à pesquisa.
A proporção caia em conformidade com a renda: em casas com renda per capita de dois a menos de quatro salários, em 31,1% houve viagens; nos em que as pessoas ganhavam menos de meio salário mínimo, houve viagens em 11,6%.
Dentre os que não conseguiram fazer nenhuma viagem, a falta de dinheiro apareceu como principal motivo para 40,1%, seguido por não ter necessidade (19,1%).
Brasileiros viajam mais dentro do país
Os brasileiros fazem mais viagens domésticas e entre a sua região de origem. Cerca de 97% das viagens realizadas foram para destinos nacionais.
Ainda assim, em números absolutos, o número de viagens internacionais (641 mil) em 2023 foi mais que o dobro do registrado em 2020 e sete vezes maior que o de 2021. Ao todo, estima-se que a população tenha feito 21,1 milhões de viagens.
Nas viagens dentro do país, a distribuição entre origem e destino foi similar. A região Sudeste, a mais populosa do Brasil, foi a origem da maior parte das viagens (45,9%) e também o maior destino (43,4%). Em seguida vem o Nordeste, sendo origem de 22% das viagens e destino de 25,3%.
A pesquisa também mostrou que as viagens de lazer a de visita a familiares predominaram, fazendo com que os brasileiros se hospedassem mais em casa de amigos ou parentes.
"A retomada do turismo em 2023 reflete uma tendência de recuperação e adaptação pós-pandemia, o que indica uma demanda reprimida que, se bem explorada, pode impulsionar ainda mais o setor", analisa o relatório da Pnad.
O percentual de viagens feitas em carro particular ainda é maior do que os outros meios de transporte, mas caiu em comparação com os anos da pandemia. Em 2023, 42,7% das viagens foram feitas neste veículo, enquanto em 2020 o número foi de 49,9% e em 2021, 56,7%.
Já as viagens de avião subiram, representando 27,4% do total no ano passado. Em 2020, o número foi de 20,1%, e, em 2021, de 11,4%.
