O Ibovespa fechou em alta de mais de 1% nesta quinta-feira, encostando nos 128 mil pontos, com Eletrobras entre os destaques após acordos da elétrica com o governo que alimentaram expectativas positivas sobre dividendos.
A aprovação do regime de urgência pela Câmara dos Deputados para duas propostas que integram o pacote fiscal do governo também amenizou receios sobre obstáculos ao plano, embora persistam preocupações em relação ao equilíbrio das contas públicas.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,4%, a 127.857,58 pontos, tendo alcançado 127.989,06 pontos na máxima e 126.087,09 pontos na mínima do dia. O volume financeiro somou 23,1 bilhões de reais.
Em carta a investidores, o sócio e estrategista da Meta Asset, Alexandre Póvoa, avaliou que o pacote fiscal em si talvez tivesse sido mais bem recebido pelo mercado, apesar dos cálculos aparentemente superdimensionados.
Mas ele "acabou sendo sobrepujado pela infeliz ideia da divulgação da reforma sobre a renda, nitidamente posta com o objetivo de apagar a 'má notícia' do corte de despesas, o que denota falta de convicção", pontuou.
Póvoa acrescentou que, no caso da bolsa, é hora de evitar empresas alavancadas e buscar companhias de qualidade com o endividamento controlado, e que exportadoras também se beneficiarão de um real mais desvalorizado.
"O momento é de cautela. Certa posição de caixa também é recomendável, para o aproveitamento de barganhas que vierem a aparecer. A bolsa está ficando barata em vários setores e oportunidades podem surgir", afirmou o estrategista.
DESTAQUES
- ELETROBRAS ON avançou 4,02%, após anunciar que a elétrica e a Advocacia-Geralda União (AGU) deixaram de negociar a antecipação de aportes da companhia para aliviar tarifas de energia e avançaram em temas relacionados ao setor nuclear e direito a voto na conciliação para encerrar a disputa sobre a influência do governo na companhia privatizada. O Citi afirmou que o fato de a empresa não ter de antecipar novos aportes "elimina quaisquer potenciais desembolsos de caixa", dando mais visibilidade ao fluxo de caixa, o que poderia eventualmente abrir espaço para discussões sobre dividendos.
- ITAÚ UNIBANCO PN valorizou-se 2,14%, embalado pelo ambiente mais favorável no mercado brasileiro, com o setor como um todo tendo desempenho positivo. BRADESCO PN subiu 1,37%, BANCO DO BRASIL ON fechou em alta de 1,23% e SANTANDER BRASIL UNIT ganhou 1,78%.
- PETROBRAS PN subiu 0,99%, descolada da fraqueza do petróleo no exterior, após a companhia divulgar a confirmação da maior descoberta de gás da história da Colômbia com a perfuração do poço marítimo Sirius-2, localizado a 77 quilômetros de Santa Marta, em lâmina d'água de 830 metros. A perfuração, iniciada em junho deste ano, confirmou volumes de gás superiores a 6 trilhões de pés cúbicos in place, o que pode aumentar em 200% as reservas atuais da Colômbia. A produção esperada é de cerca de 13 milhões de m³/dia durante 10 anos.
- AMBEV ON fechou em alta de 3,52%, no quinto pregão seguido no azul, marcando máximas desde meados do ano passado, em meio a expectativas relacionadas a dividendos. Analistas do Bank of America estimam que a fabricante de bebidas deve anunciar um payout acima da média históriva
- MULTIPLAN ON avançou 3,63%, com ações sensíveis à economia doméstica beneficiando-se do alívio nas taxas dos contratos de DI, que também amparou papéis de empresas um tanto alavancadas. Nesse contexto, o índice do setor imobiliário subiu 2,27% e o do setor de consumo ganhou 1,38%.
- CVC BRASIL ON desabou 8,98%, destoando do viés positivo no pregão brasileiro. As ações vinham de quatro altas seguidas, período em que acumulou um ganho de quase 10%.