O clima de expectativa em relação à nomeação da nova equipe econômica da presidente Dilma Rousseff cedeu lugar à cautela na Bovespa, que fechou no vermelho nesta quinta-feira, noutra sessão de baixo giro.
Também refletindo a contaminação de maiores temores sobre a Petrobras, o Ibovespa caiu 2,14%, aos 51.846 pontos, no menor nível em mais de duas semanas. O movimento financeiro foi de apenas R$ 4,9 bilhões, ante média diária em 2014 de R$ 7,27 bilhões.
"Especulações sobre o novo ministro da Fazenda continuaram", resumiu o economista-chefe da Fator Corretora, José Francisco de Lima Gonçalves, em relatório a clientes.
Assim como tem acontecido desde a reeleição de Dilma no mês passado, os negócios foram balizados por apostas de quem será o sucessor de Guido Mantega no Ministério da Fazenda. A crença em torno do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles que fizera o Ibovespa subir na véspera, se desfez.
"A ilusão acabou", disse o operador de uma corretora internacional, que pediu para não ser identificado.
Em outra frente, as ações da Petrobras ampliaram as perdas no final da tarde, em meio a crescentes temores de que a companhia não entregará seu balanço do terceiro trimestre até sexta-feira, quando expira o prazo regulamentar.
O clima de pessimismo se alastrou, empurrando para baixo ações de estatais, de bancos e de empresas elétricas, assim como de companhias com passivos em dólar, à medida que a moeda norte-americana acelerou, fechando em alta de mais de 1%.
Entre as poucas altas da sessão apareceu Lojas Americanas , que teve lucro acima do esperado para o terceiro trimestre e anunciou um novo plano de expansão para abrir 800 lojas e 2 centros de distribuição nos próximos 5 anos.
A volatilidade tende a ditar os negócios também na sexta-feira, último pregão antes do vencimento dos contratos de opções sobre ações, na segunda-feira.