O Ibovespa fechou em queda nesta quinta-feira, após três altas seguidas, sem conseguir se sustentar acima dos 120 mil pontos, enquanto Bradesco avançou 3% com resultado trimestral superando com folga as expectativas de analistas.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa recuou 0,39%, a 119.260,82 pontos. O volume financeiro somou 30,3 bilhões de reais.
Na máxima, o Ibovespa chegou a 120.559,98 pontos. Mas o fôlego teve vida curta em meio a movimentos de realização de lucros e conforme as ações da Vale - que também abriram em forte alta - esmoreceram. No pior momento, chegou a 118.917,65 pontos.
Ao mesmo tempo, Wall Street abriu em alta e sustentou o sinal positivo até o fechamento, em meio a dados sugerindo estabilização do mercado de trabalho, enquanto permance a expectativa de mais estímulos econômicos nos EUA.
Na visão do estrategista de renda variável da Ouro Preto Investimentos, Bruno Komura, o Ibovespa descolou de Nova York e passou por uma correção, dada a valoriação dos últimos pregões e dúvidas ainda sobre a pauta de reformas do governo.
Até a véspera, o Ibovespa acumulava alta de 4,05% na semana, enquanto o norte-americano S&P 500 tinha ganho de 3,1%.
Komura acrescentou que a eleição de candidatos mais próximos ao governo animaram o mercado brasileiro nos últimos dias, bem como os discursos alinhados entre o Planalto e o Congresso, principalmente sobre as prioridades da pauta de votação.
"Mais ainda é necessário um grande passo até (a pauta de reformas) acontecer de fato", disse o estrategista, ressaltando que o país tem um problema fiscal difícil de ser resolvido.
DESTAQUES
- BRADESCO PN subiu 3,01% após lucro do quarto trimestre acima do previsto, uma vez que o controle de despesas operacionais e o aumento do crédito compensaram o efeito de maiores provisões em razão dos efeitos da pandemia. O segundo maior banco privado brasileiro também estimou para este ano crescimento de 9% a 13% de sua carteira expandida de crédito. ITAÚ UNIBANCO PN caiu 0,42%, Analistas do Santander Brasil cortaram a recomendação dos papéis do Itaú para "manter", reduzindo o preço-alvo de 33 para 32 reais.
- VALE ON recuou 1,26%, após a mineradora detalhar o acordo de 37,69 bilhões de reais alcançado com o governo Minas Gerais sobre o desastre em Brumadinho, confirmando reportagem da Reuters na véspera. Na quarta-feira, a Vale também divulgou que produziu 300,4 milhões de toneladas de minério de ferro em 2020, recuo de 0,5% ante o ano anterior. As vendas de sua principal commodity somaram 254,9 milhões de toneladas, queda de 5,4% ante o ano anterior.
- PETROBRAS PN trocou de sinal algumas vezes e terminou com variação negativa de 0,1%, após três altas seguidas, em dia de avanço dos preços do petróleo no exterior. Até a véspera, as ações acumulavam alta de 8% na semana. As preferenciais chegaram a cair mais de 2% pouco antes do meio-dia, em meio a declarações do presidente Jair Bolsonaro, de que fará na sexta-feira anúncio sobre combustíveis. Consultado, o Palácio do Planalto não soube explicar qual será o evento na sexta-feira a que Bolsonaro se referiu.
- SABESP ON recuou 3,07%, no segundo dia seguido de perdas, após a estatal paulista suspender corte de água até 30 de março para os estabelecimentos comerciais que estão inadimplentes, em uma medida de alívio para as empresas em meio à pandemia.
- JHSF ON caiu 3,17%, com o setor de imobiliário - shoppings, construtoras e incorporadoras - na ponta negativa do Ibovespa. O índice do segmento recuou 1,2%, pior desempenho entre índice setoriais da bolsa. O BTG Pactual afirmou em relatório que, apesar de melhora, a pandemia de Covid-19 pode ainda pesar nos números das companhias de 'properties' - shopping centers, escritórios e logística.
- INTELBRAS ON disparou 25,33%, a 19,74 reais, em estreia na B3 após precificar oferta inicial de ações a 15,75 por papel, perto do piso da faixa indicativa de 15,25 a 19,25 reais. Na máxima, o papel chegou a 20,34 reais. Parte dos recursos do IPO será destinada a aquisições, expansão de capacidade industrial, ampliação de soluções de software e hardware e expansão de canais de varejo.