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Ibovespa fecha em queda com decepção sobre China e sem novidades fiscais

8 nov 2024 - 18h12
(atualizado às 18h42)

O Ibovespa recuou pelo terceiro dia seguido nesta sexta-feira, renovando mínimas em três meses e trabalhando abaixo dos 127 mil pontos no pior momento, em meio ao tombo das ações da Vale após medidas de estímulo fiscal na China ficarem aquém das expectativas de agentes financeiros.

Uma bateria de resultados corporativos também repercutiu no pregão, com as ações de Lojas Renner e Alpargatas figurando entre as maiores quedas, enquanto Embraer e Natura&Co foram destaques positivos. Petrobras também reagiu bem ao balanço e ao anúncios envolvendo dividendos.

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A semana ainda terminou sem o anúncio do pacote fiscal de contenção de gastos pelo governo brasileiro, possibilidade aventada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na segunda-feira, e com ruídos envolvendo o tamanho dos cortes.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,43%, a 127.829,8 pontos, tendo marcado 126.972,83 pontos na mínima e 129.647,44 pontos na máxima do dia. Na semana, contabilizou uma perda de 0,23%.

O volume financeiro no pregão desta sexta-feira somou 30 bilhões de reais.

Na China, o principal órgão legislativo do país, o Comitê Permanente do Congresso Nacional do Povo, fez o que era esperado, aprovando projetos de lei para permitir que os governos locais aloquem 10 trilhões de iuanes (1,40 trilhão de dólares) para reduzir a dívida fora do balanço, ou "oculta".

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Mas investidores haviam construído sua expectativa em torno do momento do encontro e da vitória do republicano Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos apenas alguns dias antes e, portanto, esperavam algo especial para evitar outra rodada de tensões sino-americanas e barreiras comerciais.

Analistas afirmam que a China precisa fazer mais para apoiar os consumidores -- uma vez que a segunda maior economia do mundo está enfrentando uma crise no mercado imobiliário e uma confiança fraca -- e cumprir a meta de crescimento de 5%.

No Brasil, o governo não concluiu o pacote de corte de gastos prometido pela equipe econômica, que busca garantir o cumprimento do arcabouço fiscal vigente ao menos até 2026, em complemento as medidas administrativas de "pente-fino" de benefícios sociais já anunciadas.

Economistas do Itaú Unibanco estimam que o cumprimento do arcabouço em 2025 depende de ao menos 25 bilhões de reais de redução de despesas, podendo ser obtidos, por exemplo, com o sucesso das medidas de "pente-fino". Para 2026, avaliam ser necessário ajuste adicional de ao menos 35 bilhões.

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"Consideramos este o valor mínimo necessário para o pacote de revisão de gastos ter sucesso em obter alguma redução da percepção de risco fiscal", afirmaram em relatório a clientes nesta sexta-feira.

Eles também avaliam que o pacote pode ser uma oportunidade para reduzir os receios quanto às iniciativas onerosas do ponto de vista fiscal e ao aumento das criatividades contábeis e retorno de estímulos parafiscais.

DESTAQUES

- VALE ON desabou 4,61%, pressionada pelas preocupações com a economia chinesa, em sessão também marcada pelo declínio dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) encerrou as negociações do dia em baixa de 1,65%.

- PETROBRAS PN avançou 1,89%, descolada da queda do petróleo no exterior, com as atenções voltadas para o lucro de 32,6 bilhões de reais no terceiro trimestre e anúncio de dividendos de 17,12 bilhões de reais. O CFO da empresa também afirmou que a estatal poderá distribuir dividendos extraordinários neste ano.

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- ITAÚ UNIBANCO PN cedeu 1,57%, em sessão negativa para o setor como um todo, com BRADESCO PN fechando em queda de 1,1%, BANCO DO BRASIL ON encerrando com declínio de 0,76% e SANTANDER BRASIL UNIT terminando em baixa de 1,72%.

- ALPARGATAS PN perdeu 7,9%, após reportar lucro líquido consolidado das operações continuadas de 57,3 milhões de reais no terceiro trimestre, revertendo prejuízo de 8,5 milhões de reais um ano antes. A receita líquida cresceu 16% ano a ano, para 1 bilhão de reais.

- LOJAS RENNER ON caiu 6,17%, mesmo após lucro de 255,3 milhões de reais no terceiro trimestre (+47,7% ano a ano), com expansão de margens e de 12,1% na receita líquida. Analistas do Itaú BBA consideraram o resultado "bastante forte", mas destacaram que as expectativas no mercado estavam muito altas.

- FLEURY ON recuou 5,75%, tendo no radar o balanço do grupo de medicina diagnóstica, com analistas do Citi chamando a atenção para fatores como a desaceleração nas vendas da marca Fleury e expansão limitada da margem, mas destacando positivamente a geração de fluxo de caixa resiliente.

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- EMBRAER ON saltou 7,47%, para máximas históricas, após lucro de 1,18 bilhão de reais no terceiro trimestre. A companhia cortou projeção de entregas de aviões comerciais para 2024, mas melhorou a estimativa para a margem Ebitda ajustada e o fluxo de caixa livre.

- NATURA&CO ON ganhou 2,9%, após lucro de 302 milhões de reais nas operações continuadas no terceiro trimestre, com melhora na margem bruta. Executivos da fabricante de cosméticos afirmaram que a integração entre as marcas Natura e Avon na América Latina (Onda 2) deve ser concluída em 2025.

- PETRORECONCAVO ON avançou 2,62%, em meio à repercussão do balanço do terceiro trimestre, com lucro líquido de 158,8 milhões de reais, alta de 17% ano a ano, bem como do anúncio de distribuição de proventos de 379 milhões de reais em forma de dividendos.

- MAGAZINE LUIZA ON subiu 2,35%, após reportar lucro de 102 milhões de reais no terceiro trimestre, revertendo resultado negativo de quase meio bilhão de reais um ano antes. As vendas totais do grupo, incluindo lojas físicas, e-commerce com estoque próprio e marketplace, cresceram 4,5%.

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