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Ibovespa recua seguindo NY, mas evita perda semanal

10 jan 2025 - 18h10
(atualizado às 19h00)

O Ibovespa fechou em queda nesta sexta-feira, acompanhando o viés negativo dos índices acionários em Nova York, em meio a receios de inflação nos Estados Unidos após dados fortes de emprego sinalizarem uma economia ainda aquecida.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,77%, a 118.856,48 pontos, tendo marcado 118.732,40 na mínima e 120.052,48 na máxima da sessão.

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Apesar da performance, o Ibovespa conseguiu evitar novo desempenho negativo no acumulado da semana, no que seria o quinto consecutivo, encerrando o dia com ganho semanal de 0,27%.

Segundo a equipe de research da Ágora Investimentos, o Ibovespa permanece negociando em contexto de baixa no médio prazo e em meio a uma lateralização no curto prazo, com suporte na região dos 118.500 pontos e resistência nos 122.100.

O volume financeiro somou 19,75 bilhões de reais, ainda abaixo do volume médio diário de 2024, em dia de divulgações econômicas importantes tanto no Brasil quanto no exterior.

Nos Estados Unidos, 256 mil postos de trabalho foram criados fora do setor agrícola no mês passado, acima da previsão de economistas de abertura de 160 mil vagas em dezembro, conforme pesquisa da Reuters, sugerindo um mercado de trabalho resiliente.

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Para Filipe Villegas, estrategista de ações da Genial Investimentos, o resultado consolidou as expectativas de uma abordagem cautelosa do Federal Reserve sobre juros este ano.

"O mercado acredita que o Fed vai ser bastante cauteloso e que, até o momento, não vai ter pressa para continuar a abaixar as taxas de juros", afirmou.

Operadores agora apostam que o banco central norte-americano vai esperar pelo menos até junho para reduzir novamente o juros e encerrará seu ciclo de afrouxamento monetário logo em seguida.

Antes do relatório de emprego mensal, operadores apostavam que o Fed cortaria os juros em maio e projetavam cerca de 50% de chance de um segundo corte na taxa antes do final do ano.

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"Acaba sendo um cenário negativo para ações... e também para países emergentes" como o Brasil, avaliou o estrategista.

Em Wall Street, os três principais índices acionários encerraram o pregão com quedas de mais de 1%, enquanto o dólar à vista subiu quase 1% ante o real, acima de 6,10 reais.

"A gente já tem uma situação fiscal ruim, e agora tem essa pressão vinda de fora, com juros nos EUA, um dólar mais fortalecido, pressionando o câmbio, e as expectativas em torno da elevação dos juros aqui no país", disse Villegas.

Ainda pela manhã, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostraram que a inflação no Brasil acelerou em dezembro, encerrando 2024 com alta acumulada de 4,83%, acima do teto da meta, sob a pressão de alimentos e gasolina.

Como de praxe, por não ter atingido a meta, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, enviou carta aberta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, onde afirmou que a autarquia tem tomado as devidas providências para que a inflação atinja a meta estabelecida, após o fechamento dos mercados.

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Na visão do economista-chefe da Azimut Brasil Wealth Management, Gino Olivares, para desacelerar a inflação geral, "não haverá outra saída" para o BC a não ser desacelerar a atividade econômica de "forma significativa". 

O Comitê de Política Monetária (Copom), que intensificou o aperto monetário no final do ano passado com a elevação da Selic em 1 ponto percentual, a 12,25% ao ano - prevendo mais duas altas da mesma magnitude à frente - volta a se reunir nos dias 28 e 29 de janeiro para discutir a taxa básica.

DESTAQUES

- B3 ON recuou 3,92%, exercendo uma pressão negativa relevante no Ibovespa, em seu quarto pregão consecutivo de queda e acumulando declínio de quase 3% na semana.

- ITAÚ UNIBANCO PN perdeu 1,38%, também entre as principais contribuições negativas para o índice, em sessão desfavorável para o setor de bancos como um todo, onde BRADESCO PN caiu 1,24%, SANTANDER BRASIL UNIT fechou com decréscimo de 1%, BTG PACTUAL UNIT desvalorizou-se 3,04% e BANCO DO BRASIL ON recuou 0,25%.

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- PETROBRAS PN subiu 0,27%, na esteira do aumento dos preços do petróleo no exterior, onde o Brent encerrou em forte alta de 3,69%, a 79,76 dólares o barril. A estatal informou na noite da véspera que recebeu sentença favorável em processo de arbitragem iniciada por investidores estrangeiros que adquiriram ações da companhia na B3 e alegaram perdas financeiras por falhas informacionais.

- VALE ON encerrou negociada em alta de 0,57%, dado o avanço nos futuros do minério de ferro, ajudados pelo aumento dos estímulos econômicos na China. O contrato de maio mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) fechou as negociações do dia com alta de 0,4%, a 753,5 iuanes (102,76 dólares) a tonelada. Na semana, no entanto, o papel da mineradora caiu 3,23%.

- TAESA UNIT desvalorizou-se 0,7%. A companhia informou nesta sexta que recebeu liberação para energização de projeto de transmissão de energia elétrica Pitiguari (SC). Com a autorização, passa a receber uma receita anual permitida (RAP) de Pitiguari de aproximadamente 4,4 milhões de reais (referente ao ciclo 2024-2025), adicionado de PIS/Cofins. O valor liberado corresponde a 20% da RAP total do empreendimento, que será alcançada quando o projeto for completamente entregue.

- TIM SA ON perdeu 5,02%, terceiro pregão seguido de queda. Analistas do Santander previram que a operadora de telecomunicações apresentará um trimestre fraco quando for reportar seus resultados do último trimestre de 2024. "A desaceleração deve ser impulsionada principalmente pelo segmento móvel, já que esperamos que a fraca dinâmica dos pré-pagos observada nos trimestres anteriores siga no quarto trimestre", afirmaram em relatório.

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- AZUL PN fechou com declínio de 2,59%, após a companhia aérea informar pela manhã que mantém conversas independentes com a Abra, controladora da Gol, as quais "seguem evoluindo", mas que não há até o momento qualquer acordo envolvendo uma combinação de negócios junto à Gol. Fora do Ibovespa, GOL PN caiu 5,92%.

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