O Ibovespa fechou quase estável nesta sexta-feira, com o avanço de mais de 1% da Vale oferecendo um suporte relevante, mas Petrobras pesando negativamente, enquanto a agenda macro destacou dados piores sobre a inflação no país.
Investidores continuaram monitorando os movimentos de Donald Trump no começo de seu segundo mandato como presidente dos Estados Unidos, principalmente relacionados a tarifas comerciais. Apesar de o republicano ter amenizado o tom, a expectativa é de que o tema ainda adicione volatilidade.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa encerrou com variação negativa de 0,03%, a 122.446,94 pontos, tendo marcado 122.195,69 pontos na mínima e 122.908,08 pontos na máxima do dia. Na semana, acumulou acréscimo de 0,08%.
O volume financeiro nesta sexta-feira somou 14,6 bilhões de reais.
De acordo com análise gráfica de Gilberto Coelho, da XP, o Ibovespa permanece com tendência de baixa nesses patamares. "O sinal de alta seria retomando apenas com um fechamento acima dos 124 mil pontos", calcula, conforme relatório enviado a clientes nesta sexta-feira.
O último pregão da semana teve a divulgação do IPCA-15, que aumentou 0,11% em janeiro, influenciado pelos preços de alimentos e bebidas, contra expectativa de recuo de 0,03%, no momento em que o governo demonstra preocupação com o tema. Em 12 meses, subiu 4,50%, de 4,71% no mês anterior.
Economistas do Bradesco destacaram que o resultado qualitativo foi negativo, com serviços subjacentes mais pressionados que o previsto.
"Nossa expectativa é que o repasse da depreciação cambial e a atividade aquecida mantenham a inflação elevada no primeiro trimestre, com o arrefecimento esperado a partir da segunda metade do ano conforme a economia desacelera", afirmaram em relatório a clientes.
DESTAQUES
- VALE ON subiu 1,36%, apoiada nos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado em Dalian avançou 0,69%. Os destaques no setor de mineração e siderurgia, porém, foram CSN ON e USIMINAS PNA, com elevações de 5,09% e 1,55%, respectivamente.
- BRADESCO PN encerrou com decréscimo de 0,79%, em sessão mista no setor, com SANTANDER BRASIL ON subindo 1,06%, mas BANCO DO BRASIL ON recuando 0,37% e ITAÚ UNIBANCO PN perdendo 0,25%.
- PETROBRAS PN cedeu 0,52%, no terceiro pregão seguido no vermelho, mesmo com a alta dos preços do petróleo no exterior nesta sessão. O barril de Brent, usado como referência pela estatal, fechou com acréscimo de 0,27%.
- COGNA ON fechou negociada em alta de 3,79%, enquanto a rival YDUQS ON cedeu 0,54%. Ainda no setor de educação, mas fora do Ibovespa, ANIMA ON disparou 10,12% e SER EDUCACIONAL ON valorizou-se 5,72%.
- PETZ ON avançou 1,95%, enquanto o índice do setor de consumo terminou com decréscimo de 0,13%. No setor de varejo, MAGAZINE LUIZA ON subiu 1,27% e LOJAS RENNER ON mostrou acréscimo de 1,31%.
- SLC AGRÍCOLA ON recuou 1,6%, tendo como pano de fundo a notícia de que Argentina reduzirá temporariamente impostos sobre suas exportações de grãos. Para o BTG Pactual, no curto prazo, a decisão pode exercer alguma pressão em preços, mas o impacto geral deve ser limitado.
- IRB(RE) ON caiu 2,3%, no segundo pregão seguido de baixa mesmo após reportar na quarta-feira, após o fechamento, um lucro líquido de 64,5 milhões de reais em novembro, que analistas avaliaram positivamente. Até o dia 22, os papéis acumulavam apenas em janeiro valorização de 23,4%.