O Ibovespa futuro com vencimento mais curto abriu em forte queda nesta segunda-feira, com agentes financeiros enxergando aumento relevante de risco político no país, principalmente ingerência governamental na Petrobras.
Por volta de 09:25, o contrato do Ibovespa que vence em 14 de abril caía 4,6%, a 112.780 pontos, sugerindo uma abertura bastante negativa no Ibovespa à vista, no qual os papéis da Petrobras detêm 10,268% da carteira teórica.
A sessão na bolsa paulista ainda é marcada por vencimento de opções sobre ações nesta segunda-feira.
Na sexta-feira, o presidente Jair Bolsonaro indicou o nome do general Joaquim Silva e Luna para assumir os cargos de conselheiro e presidente da Petrobras após o encerramento do mandato do atual CEO da companhia, Roberto Castello Branco.
No dia seguinte, Bolsonaro indicou nova substituição de autoridade nesta semana, aos moldes da indicação pelo governo federal para a presidência da estatal Petrobras, bem como que vai "meter o dedo na energia elétrica".
"As declarações recentes do presidente acendem um enorme sinal amarelo --senão vermelho ao cenário político local", afirmou o estrategista Dan Kawa, da TAG Investimentos, em comunicado a clientes.
"Devemos ter uma segunda-feira de enorme pressão negativa nos ativos locais, na ausência de uma mudança de postura do governo federal."
Nos Estados Unidos, os ADRs da Petrobras desabavam cerca de 17%, com vários analistas cortando a recomendação dos papéis, bem como reduzindo preços-alvo.
O Bank of America cortou a recomendação para Brasil a 'marketweight' em portfólio de ações na América Latina, bem como reduziu exposição a companhias de controle estatal, citando "maior incerteza".