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Ibovespa perde fôlego com NY; mercado mantém foco em nomeações

13 dez 2022 - 15h32
(atualizado às 15h56)

O Ibovespa perdia força nesta terça-feira, acompanhando redução dos ganhos no mercado norte-americano, após dado de inflação dos Estados Unidos mais fraco do que o esperado animar os mercados pela manhã, diante da esperança de uma postura menos agressiva do Federal Reserve com os juros.

Bolsa de Valores B3, em São Paulo
25/07/2019
REUTERS/Amanda Perobelli
Bolsa de Valores B3, em São Paulo 25/07/2019 REUTERS/Amanda Perobelli
Foto: Reuters

Suzano e Itaú Unibanco pressionavam o índice, enquanto Vale e B3 eram destaques positivos.

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Às 15:22 (de Brasília), o Ibovespa subia 0,17%, a 105.526,37 pontos. Na máxima da sessão, o índice chegou a subir a 1,3%. Na mínima, cedeu 0,52%. O volume financeiro somava 16,3 bilhões de reais.

O avanço de 0,1% do índice de preços ao consumidor dos EUA em novembro, ante expectativa de economistas consultados pela Reuters de alta de 0,3%, impulsionou Wall Street. O cenário externo positivo ajudou o Ibovespa, mas com ganhos mais contidos por cautela local, em especial com o quadro fiscal.

No início da tarde, as ações norte-americanas perderam terreno, arrastando junto a bolsa brasileira. O S&P subia 0,3% depois de saltar até 2,8% mais cedo, com o mercado na expectativa pela decisão de juros do Federal Reserve, na quarta-feira à tarde. A projeção majoritária do mercado é de alta de 0,5 ponto percentual.

No Brasil, os nomes que vão ocupar as cadeiras do futuro governo federal vão sendo anunciados. Nesta tarde, o ministro da Fazenda do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Fernando Haddad, confirmou que o economista Gabriel Galípolo será seu secretário-executivo. A informação havia sido publicada mais cedo pela Reuters.

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Haddad dará entrevista coletiva às 18h30, na qual deve fazer outros anúncios sobre os nomes para sua equipe.

Na véspera, notícias que cotavam o petista Aloizio Mercadante para chefiar BNDES ou Petrobras, e potenciais alterações do governo de Lula na Lei das Estatais pesaram negativamente na bolsa -- membros da transição negaram depois discussões sobre a mudança no arcabouço das empresas públicas.

O Ibovespa caiu 2,02% na segunda-feira, para o menor patamar em 4 meses, à medida que essas notícias reiteraram no mercado a perspectiva de uma política econômica mais voltada aos gastos públicos e potencialmente intervencionista nas estatais.

Além disso, o Banco Central disse na ata da última reunião do Copom que o impacto sobre a inflação de "estímulos fiscais significativos" tende a ser maior que os efeitos almejados para a atividade econômica.

A posição reitera alertas feitos recentemente pelo BC em meio à tramitação no Congresso da PEC da Transição, que abre espaço no teto de gastos para o Bolsa Família.

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Os agentes financeiros também monitoravam o noticiário envolvendo um episódio da véspera, quando apoiadores do presidente Jair Bolsonaro tentaram invadir a sede da Polícia Federal em Brasília. O movimento ocorreu na sequência da prisão pela PF de um líder indígena ligado ao grupo bolsonarista.

Para Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados, o fato de o Ibovespa estar andando atrás dos índices de Nova York na sessão "tem mais a ver com o riscos na economia e na política do que o que aconteceu nas ruas ontem. A escolha da equipe do Lula é o cerne da preocupação do mercado agora", disse.

Petrobras destoava da alta de cerca de 3% do petróleo no exterior e das ações de outras petrolíferas e tinha variação negativa de 0,25%, após analistas do Bradesco BBI rebaixarem recomendação da ação para "neutra" por receios com a estratégia do novo governo para empresa e estatais em geral.

Vale avançava 1,15%, 86,83 a reais, mesmo com queda no minério de ferro na Ásia na sessão e após a ação ceder 3% na véspera.

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