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Economia

Ibovespa recua com Vale, mas mantém patamar de 124 mil pontos

28 jan 2025 - 18h07
(atualizado às 18h52)

O Ibovespa fechou no vermelho nesta terça-feira, afetado principalmente pela queda de mais de 2% nas ações da Vale, que divulgou relatório de produção e vendas do quarto trimestre logo após o encerramento do pregão.

O Ibovespa fechou com declínio de 0,65%, a 124.055,50 pontos, segurando-se acima de 124 mil pontos, após chegar a marcar 123.972,72 no pior momento da sessão e 124.880,76 no melhor. O volume financeiro somou 16,36 bilhões de reais.

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O declínio no dia ocorre após o índice subir quase 2% na segunda-feira, descolando-se dos indicadores em Nova York em meio ao frenesi envolvendo o modelo de inteligência artificial de baixo custo DeepSeek, da China, que colocou em questão os bilhões de dólares investidos em IA por empresas ocidentais.

"Depois das últimas 36 horas que abalaram o mundo da tecnologia e apagaram quase 1 trilhão de dólares nas bolsas mundo afora, os mercados acionários passam por uma recuperação técnica nesta manhã de terça-feira - mas nem de perto o suficiente para compensar as perdas recentes", afirmaram analistas da Ágora Investimentos em relatório.

Na sessão, o S&P 500 fechou em alta de 0,92%, o Nasdaq subiu 2,03% e o Dow Jones avançou 0,31%, com investidores aproveitando pechinchas após a liquidação do dia anterior.

Mais uma vez, o Ibovespa seguiu na direção oposta a Wall Street, em movimento visto como de correção, segundo o analista Régis Chinchila, da Terra Investimentos, e em dia de leve queda das taxas dos DI e de novo declínio do dólar ante o real.

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"No mercado de juros, a pressão que vinha sendo exercida sobre as taxas foi aliviada, especialmente nos vértices mais longos, com uma desaceleração na venda de títulos atrelados à inflação nos leilões do Tesouro", disse Chinchila. O analista acrescentou que o movimento foi em parte uma resposta ao fluxo menor de colocações, após uma série robusta de emissões nos últimos dias.

Os agentes financeiros também se preparam para decisões de juros do Federal Reserve e do Banco Central na chamada "Super Quarta", com expectativa de manutenção da taxa nos Estados Unidos e aumento de 1 ponto percentual na Selic, a 13,25% ao ano, conforme sinalizado pela autarquia em dezembro.

DESTAQUES

- VALE ON fechou com declínio de 2,43%, pouco antes da divulgação de relatório de produção e vendas do quarto trimestre, que mostrou que a produção de minério de ferro caiu 4,6% ante o mesmo período do ano anterior. A sessão também marcou a ausência das negociações do minério de ferro na China, que segue com os mercados financeiros fechados de 28 de janeiro a 4 de fevereiro devido ao feriado do Ano Novo Lunar.

- PETROBRAS PN perdeu 0,13%, sem o mesmo ímpeto dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent fechou com acréscimo de 0,53%, a 77,49 dólares. Segundo informações do site G1, a estatal poderá reajustar o valor médio do diesel em suas refinarias, com impacto aos consumidores nas bombas entre 0,18 real e 0,24 real por litro, após mais de um ano sem reajustes. Na véspera, a Petrobras divulgou que sua produção total de óleo e gás natural alcançou 2,7 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed) em 2024.

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- WEG ON subiu 1,46%, em movimento de recuperação após a forte queda da véspera diante de incertezas sobre gastos necessários com a infraestrutura de inteligência artificial, na esteira da ascensão do DeepSeek. Analistas do Citi consideraram exagerada a reação sobre o papel na segunda-feira, avaliando que a grande redução de custo ainda precisa ser comprovada e que a Weg interage com IA por meio de data centers e não de chips de alto desempenho.

- COGNA ON caiu 5%, quebrando a sequência de sete pregões positivos. No setor, YDUQS ON perdeu 2,62%. Ambas tiveram nesta semana recomendação cortada para "market perform" pelo Itaú BBA, que também reduziu seus respectivos preços-alvo: de 3 para 1,50 real e de 20 para 11 reais, em meio à adoção de uma abordagem "altamente cautelosa" sobre empresas do setor de educação.

- IRB(RE) ON avançou 3,77%, maior alta percentual do Ibovespa no pregão, acumulando neste início de semana valorização de quase 6%.

- HAPVIDA ON recuou 2,52%, devolvendo parte dos ganhos da véspera, tendo ainda como pano de pano de fundo convocação de assembleia de acionistas para 18 de fevereiro a fim de incluir uma "poison pill" em seu estatuto. Analistas do BTG Pactual disseram em relatório que a medida parece "amplamente defensiva, considerando a forte venda das ações e o momento operacional desafiador da empresa". Segundo o BTG, o movimento deve proteger minoritários e preservar os interesses dos acionistas controladores.

- BRADESCO PN subiu 0,43%, ITAÚ UNIBANCO PN teve acréscimo de 0,18%, BANCO DO BRASIL ON recuou 0,65% e SANTANDER BRASIL UNIT desvalorizou-se 0,52%, em sessão mista para os bancos do Ibovespa.

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