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Ibovespa recua pelo 2º pregão seguido, pressionado por Vale

No fechamento, o Ibovespa acusou queda de 0,20%, a R$ 50.365

5 mar 2015 - 21h04
<p>Operador na Bolsa de Valores de São Paulo</p>
Operador na Bolsa de Valores de São Paulo
Foto: Paulo Whitaker (BRAZIL) - RTX9EQN / Reuters

A Bovespa fechou em queda pelo segundo pregão consecutivo nesta quinta-feira, pressionada pela Vale, após o minério de ferro atingir a mínima em mais de seis anos com o fechamento de algumas siderúrgicas na China.

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Agentes financeiros também seguiram reticentes sobre efeitos da deterioração no ambiente político no ajuste fiscal e na retomada da economia, assim como continuaram atentos ao dólar, que se firmou acima de R$ 3.

No fechamento, o Ibovespa acusou queda de 0,20%, a R$ 50.365. A cautela continuou se refletindo no volume financeiro fraco, que totalizou nesta sessão R$ 5,11 bilhões.

Para o gerente de renda variável da Fator Corretora, Frederico Ferreira Lukaisus, o governo federal cedeu em muitas frentes para manter a economia aquecida, mas a resposta não veio. Agora a nova equipe econômica passou a fazer os ajustes, mas que necessitam de apoio do Congresso, disse.

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"Se não houver acordo para que esses ajustes na economia sejam feitos, o cenário é péssimo", avalia o profissional, destacando que ficará a impressão de falta de comando e unidade.

Lukaisus destaca, contudo, que chegou um ponto que a bolsa ficou barata para estrangeiros e pode ficar ainda mais, o que acaba atraindo a entrada desses investidores e limitando as

perdas no mercado local.

Os dados de fluxo e a posição no Ibovespa futuro referendam tal visão, com o saldo externo positivo em R$ 6,57 bilhões em 2015 até o dia 3 de março, enquanto os estrangeiros estavam

comprados em contratos do Ibovespa futuro no dia 4 de março.

Papel por papel

As preferenciais da Vale fecharam em queda de 4,08%, com o minério de ferro caindo abaixo de US$ 60 por tonelada, diante do tom mais firme de Pequim contra a poluição e fechando de siderúrgicas na China.

Embraer corroborou a baixa, despencando desde a abertura após resultados fracos no quarto trimestre de 2014 e projeções da empresa para este ano que desapontaram analistas. No fechamento, recuou 4,48%. 

Ações brasileiras excluídas no rebalanceamento semestral do índice FTSE que passa a vigorar no próximo dia 20 figuraram na ponta negativa do Ibovespa, com destaque para ALL, que caiu 5,49%, a maior queda do índice.

Também saíram do FTSE as ações da MRV, Cia Hering, as ordinárias da Light, BR Proberties, as ordinárias da Gerdau, Cosan Log, sendo que as duas últimas não estão no Ibovespa.

Petrobras, que vem dominando o noticiário em razão da operação Lava Jato, que investiga denúncias de corrupção na estatal, não mostrou um rumo definido, com a preferencial fechando em alta de 0,76%.

A alta do dólar proporcionou suporte a nomes como JBS e BRF, que ajudaram a amortecer a pressão vendedora, fechando respectivamente em alta de 2,66% e 1,58%. Braskem também beneficiada pela moeda subiu 4,57% e fechou com a maior alta do Ibovespa.

Da safra de balanços, CCR subiu 1,91%, após fechar o quarto trimestre com avanço de 25,3% no lucro líquido na base anual. 

Suzano Papel e Celulose caiu 0,39%, após forte alta na véspera, mesmo reportando lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado recorde de R$ 826 milhões de outubro a dezembro. Manifestantes do MST invadiram empresa de biotecnologia da companhia e protestos em Brasília adiaram para abril votação sobre aprovação de plantio comercial de eucalipto transgênico.

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