Economista indicado para a presidência do Banco Central pelo governo interino de Michel Temer, Ilan Goldfajn já está se desfazendo da participação acionária que detém no Itaú Unibanco, maior banco privado do País, para poder assumir o comando do órgão que fiscaliza o setor bancário.
Segundo a assessoria de imprensa do Itaú, as ações de Goldfajn vêm do programa interno de sócios e associados do banco, em que parte da remuneração variável é paga em ações da instituição financeira. Pelas regras do programa, o executivo deve se desfazer dessa participação se deixar o banco para assumir cargos públicos.
O Itaú não divulga o tamanho da posição acionária de Goldfajn.
Pela política do Banco Central, Ilan deve se desfazer de sua posição antes da sabatina no Senado, marcada para esta quarta-feira, que vai referendar o seu nome para o BC.
“O indicado ao cargo de Presidente do BC, ainda antes da sabatina no Senado Federal, se desfará de quaisquer ativos, participações societárias ou investimentos mantidos na instituição financeira em que vinha atuando como sócio dirigente, em linha com as regras de governança da própria instituição e, em especial, com a legislação de prevenção a conflito de interesses a que se sujeitam os membros da Diretoria do BC”, informou o procurador-geral do Banco Central, Isaac Sidney Menezes Ferreira, em nota enviada pela assessoria de imprensa do BC.
Goldfajn era economista-chefe do Itaú desde 2009, mas já teve passagem pelo Banco Central, onde exerceu o cargo de diretor de Política Econômica entre 2000 e 2003, quando Arminio Fraga era presidente da autoridade monetária.
Se aprovado pelo Senado, Goldfajn já vai presidir a próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), marcada para os dias 7 e 8 de junho.