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Imobiliária deixa de repassar aluguéis e causa prejuízo milionário a donos de imóveis de luxo

Proprietários dos imóveis denunciaram a Tabas por não repassar aluguéis e condomínios; dívida somada é de mais de R$ 1,5 milhão

25 set 2024 - 13h03
(atualizado às 13h46)
A Tabas se apresenta como uma imobiliária que oferece aluguéis flexíveis de imóveis mobiliados e renovados, sem a necessidade de oferecer garantias.
A Tabas se apresenta como uma imobiliária que oferece aluguéis flexíveis de imóveis mobiliados e renovados, sem a necessidade de oferecer garantias.
Foto: Tiago Queiroz/Estadão / Estadão

A startup Tabas by Blueground, imobiliária que atua em São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Brasília (DF), está sendo acusada de causar prejuízos milionários a donos de imóveis. Proprietários denunciaram a imobiliária por não repassar o valor dos aluguéis pagos pelos inquilinos, além de não quitar os condomínios e as parcelas de IPTU dos imóveis.

Fundada em 2020 pelo brasileiro Leonardo Morgatto e pelo italiano Simone Surdi, a Tabas se apresenta como uma imobiliária que oferece aluguéis flexíveis de imóveis mobiliados e renovados, sem a necessidade de oferecer garantias. Os preços para alugar os imóveis anunciados no site da imobiliária variam de R$ 5 mil a R$ 30 mil por mês.

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Ao Terra, a advogada Marcela Miranda, que representa um grupo de 60 donos de imóveis, explica que a imobiliária fecha contrato com os proprietários e se compromete a reformar os imóveis para que fiquem com o padrão de alto custo da companhia. Em troca, a empresa recebe o direito de sublocar os imóveis por valores superiores aos dos fechados nos contratos com os proprietários.

Atualmente, a startup possui mais de 2 mil apartamentos sob sua gestão, localizados em bairros nobres das cidades onde atua. Na capital paulista, a Tabas aluga imóveis em bairros como Jardins, Vila Nova Conceição, Brooklin, Vila Olímpia e Itaim Bibi. Ao todo, a empresa já fechou mais de 20 mil contratos. 

Moradora do Jardins, a economista Luciana Orfali Palmieri, 52 anos, é uma das proprietárias que entraram na Justiça contra a Tabas. Ao Terra, ela conta que em janeiro de 2021 assinou um contrato com a empresa para o aluguel de um imóvel no Itaim Bibi, na Zona Sul da capital paulista. Em maio deste ano, a empresa parou de repassar o valor do aluguel. 

"A Tabas me deve 23 mil. Eles pararam de pagar em maio. Devem 4 aluguéis, 5 condomínios e 5 IPTUs. Tentei contato diversas vezes através de WhatsApp, e-mail e pessoalmente. Sem sucesso. Eles faziam promessas de pagamento e não efetuavam os valores", denuncia Luciana Orfali Palmieri.

No contrato, a Tabas teria que arcar com o pagamento do IPTU (R$ 80,25 por mês), o condomínio (R$ 1,1 mil) e repassar para Luciana R$ 4,2 mil. Mesmo com o imóvel alugado por R$ 7 mil, a empresa parou de fazer o repasse do dinheiro.

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"Resolvi entrar com um processo de execução. Consegui uma liminar e recuperei a posse do imóvel, mas continuamos com o processo de execução agora para reaver os valores que a Tabas me deve", afirma Luciana. 

Todas essas obrigações estão estabelecidas nos contratos. De acordo com a advogada Marcela Miranda, os prejuízos somados dos seus clientes já ultrapassam R$ 1,5 milhão

Troca de mensagens de um proprietário com a Tabas aos quais a reportagem do Terra teve acesso.
Foto: Reprodução/Watsapp

O que diz a Tabas

Procurada pelo Terra, a Tabas informa, por meio de nota, que está ciente dos casos e que todos estão em discussão judicial. Atualmente, a Tabas administra mais de 2 mil imóveis, e esses casos, segundo a startup de moradia, representam menos de 2% da base de clientes.

"Cada situação tem uma motivação específica, prevista em contrato, para suspensão dos pagamentos. Em todos os casos compartilhados foram apurados valores devidos pelos proprietários à Tabas em razão de benfeitorias que a empresa fez em seus imóveis", alega a startup.

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Na nota, a imobiliária acrescenta ainda que está comprometida em garantir que cada situação seja tratada com a devida atenção e conforme as determinações legais. 

Fonte: Redação Terra
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