Lula questiona alta do preço do ovo e diz que 'ladrão roubou o direito do povo comer'

Em evento em Sorocaba (SP), presidente disse que fez um estudo, comparando os preços de janeiro e fevereiro de 2025, em que o valor de uma cartela de 30 unidades teria subido de R$ 144,05 para R$ 210

14 mar 2025 - 12h24
(atualizado às 18h59)

SOROCABA E BRASÍLIA - O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta sexta-feira, 14, que o Brasil vai produzir 59 bilhões de ovos neste ano e que não consegue entender por que o produto está caro nos supermercados. "Ovo está caro, e até hoje não encontrei explicação sobre o preço do ovo. Estou querendo descobrir onde tem ladrão que roubou o direito de comer ovo do povo", disse o petista. "Estão jogando a culpa em cima das galinhas [...] não aceitamos isso." Ao fim, ele chega a dizer "Queremos encontrar quem é o pilantra que aumentou o ovo tanto".

A afirmação relacionada à galinha faz referência a uma reflexão do petista, que diz ser mentira que galinhas tenham parado de botar ovos por causa das ondas de calor. Ele também disse que fez um estudo, comparando os preços de janeiro e fevereiro de 2025, em que o valor de uma cartela de 30 unidades teria subido de R$ 144,05 para R$ 210. A declaração foi feita durante cerimônia de entrega de 789 novas ambulâncias do Samu em Sorocaba, no interior de São Paulo.

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De acordo com especialistas, a alta no preço dos ovos está relacionado ao custo do milho e ao calor intenso que o País vem enfrentando. Além disso, a demanda pelo produto aumentou, e a produção não acompanhou.

Além da questão do ovo, Lula também falou, mais uma vez, que a população "vai voltar a comer picanha" e que o preço da carne vai baixar. A fala é a mesma usada pelo petista na campanha de 2022, quando se reelegeu para o terceiro mandato."O governo tem feito reuniões com produtores porque queremos encontrar solução para preço dos alimentos", disse Lula.

"Estamos numa briga tremenda", completou, referindo-se às ações em curso no governo para baratear os preços. Lula ressaltou os feitos de seu governo atual - com o menor nível de desemprego da história Brasil e a continuidade do crescimento econômico, segundo ele -, mas reconheceu que há um problema com o preço dos alimentos.

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Em seu discurso, o petista afirmou que "é a primeira vez que a economia cresce mais de 3%" desde quando deixou a Presidência da República em 2010. "O PAC está em execução, e por isso economia brasileira está crescendo mais do que nos últimos anos", disse.

Imposto de Renda

Lula também afirmou que irá anunciar na próxima semana isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. Segundo o presidente, o anúncio será feito na próxima terça-feira, 18. A isenção é uma promessa de campanha do petista.

"O governo quer salvar o povo trabalhador de pagar IR enquanto muita gente rica sonega", disse. A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já vinham reiterando que o anúncio estava próximo. Meses atrás, Haddad anunciou a medida na televisão aberta.

"Quem ganha muito inventa sempre uma mutreta para não pagar imposto", continuou o presidente. "Pessoas mais ricas não precisam do Estado, quem precisa, são os pobres (...). Tem gente que fica nervoso dizendo que só quero cuidar de pobre."

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No evento, o governo anunciou investimento de R$ 243 milhões em novas ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), no pátio da empresa Flash Engenharia em Sorocaba (SP). Também estavam presentes o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Política de crédito

O presidente afirmou ainda que quer anunciar "logo, logo" uma nova política de crédito, agora voltada para a reforma de casa. Segundo ele, a pessoa que quiser construir um "puxadinho" vai ter crédito para fazê-lo.

"Uma outra coisa que quero anunciar logo, logo é um crédito para reforma de casa. O cara que quer fazer um banheiro, um quarto a mais para filha, alguma coisa a mais na garagem, mais uma cozinha, ele vai ter crédito para fazer esse puxadinho", disse. "É assim que a gente vai recuperar a grandeza do povo brasileiro."

Nesta semana, Lula assinou a medida provisória (MP) que reformula o crédito consignado para trabalhadores do setor privado. O novo programa, batizado de "Crédito do Trabalhador", entrará em operação pelos bancos oficiais e privados a partir de 21 de março.

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Lula voltou a criticar o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) devido à paralisação do Programa Minha Casa, Minha Vida, que foi interrompido após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Ele afirmou que "prometeram Casa Verde e Amarela" e "não entregaram nada".

O presidente disse que voltará a Sorocaba no próximo dia 18 de abril para visitar a Toyota. De acordo com Lula, o parque industrial do País "vai continuar crescendo".

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