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Impulso verde de bancos centrais encontra obstáculo com desistência do Fed

20 jan 2025 - 14h29

Um esforço global de bancos centrais para se unirem à luta contra a mudança climática enfrenta um grande obstáculo com a decisão do Federal Reserve de sair de um grupo dedicado ao policiamento do risco ambiental nas finanças.

O Fed disse na sexta-feira que deixará a Network for Greening the Financial System (NGFS) porque ela havia "ampliado seu escopo, abrangendo uma gama maior de questões que estão fora do mandato estatutário (do Fed)".

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Lançado em 2017, o órgão global de bancos centrais e reguladores produziu principalmente relatórios, incluindo cenários climáticos que supervisores usam ao estimar os efeitos das mudanças climáticas na economia e no setor financeiro.

Pouco antes da posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos e em meio a uma reação contra a ação climática em Wall Street, a medida do Fed foi amplamente interpretada como um sinal de que o clima político se tornou menos favorável ao ambientalismo.

"As consequências financeiras da mudança climática estão aumentando -- e o banco central mais importante cede à mudança do vento político", disse Guntram Wolff, professor de economia da Solvay Brussels School, parte da Universidade de Bruxelas.

A NGFS continua "mais decidida, comprometida e entusiasmada do que nunca", disse em um comunicado, acrescentando que o Fed não era membro de seu comitê diretor.

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Sem o Fed, o maior e mais influente dos 143 membros da NGFS, com sede em Paris, é o Banco Central Europeu (BCE).

"Essa notícia sobre o Fed deve despertar as forças políticas a favor da transição verde na Europa para apoiar o esforço climático do BCE", disse Jourdan. "Com mais apoio político, poderíamos dobrar a aposta em políticas mais proativas, como uma taxa de juros verde."

Essa iniciativa faria com que credores comerciais que financiam projetos ambientais cobrassem menos para tomar empréstimos do BCE.

Um artigo acadêmico publicado em 2023 encomendado pelo Parlamento Europeu concluiu que o BCE tinha apenas "um papel limitado" a desempenhar na luta contra as mudanças climáticas e que o apoio à transição verde pode entrar em conflito com seu dever de controlar a inflação.

E uma minuta de relatório aprovada na semana passada pela comissão de assuntos econômicos do Parlamento, que supervisiona o BCE, acolheu os testes de estresse dos bancos com foco no clima, mas disse que o BCE deve permanecer "o mais apolítico possível" ao conduzir a política monetária.

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