A inadimplência no mercado de crédito brasileiro subiu em abril, ao mesmo tempo em que a taxa de juros média avançou num mês que registrou tímido aumento do estoque total de financiamentos, conforme dados divulgados pelo Banco Central nesta quarta-feira.
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Em meio à franca desaceleração econômica e do mercado de trabalho, o estoque total de crédito no Brasil teve variação positiva de apenas 0,1% em abril sobre março, alcançando R$ 3,061 trilhões, o equivalente a 54,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Em março, o crédito representava 54,8%.
No segmento de recursos livres, que conta com taxas de juros livremente definidas pelas instituições financeiras, a inadimplência subiu a 4,6% em abril, quebrando estabilidade da taxa em 4,4% nos três meses anteriores.
Ao mesmo tempo, a taxa de juros no segmento avançou a 41,8% ao ano, contra 40,9% em março, em meio ao ciclo de aperto monetário conduzido pelo BC para combater a inflação, que no acumulado de 12 meses encerrados em abril chegou a 8,17%, bem acima da meta do governo de 4,5% ao ano, com margem de dois pontos para mais ou para menos.
No fim de abril, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa básica de juro Selic em 0,5 ponto percentual, a 13,25% ao ano, com o mercado esperando outro aumento pela frente diante de sinalizações do BC de que os avanços no combate à alta de preços seguem insuficientes.
O segmento de recursos direcionados, no qual as operações contam com taxas ou recursos definidos por normas do governo, sentiu iguais reflexos: enquanto a inadimplência foi a 1,2% em abril contra 1,1% em março, a taxa de juros avançou a 8,7% ao ano, contra 8,4% no mês anterior.
O spread bancário aumentou em abril para 29,3 pontos percentuais no segmento livre, acima dos 28,2 pontos percentuais de março. No segmento direcionado, também houve crescimento, com o spread passando de 2,7 para 2,9 pontos percentuais.