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Incerteza leva dólar a R$2,65 e renova máxima em 10 anos

Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 2 bilhões

12 dez 2014 - 17h47
(atualizado às 17h49)
<p>No cenário externo, a derrocada dos preços do petróleo às mínimas em mais de cinco anos tem alimentado a aversão ao risco</p>
No cenário externo, a derrocada dos preços do petróleo às mínimas em mais de cinco anos tem alimentado a aversão ao risco
Foto: Getty Images

O dólar fechou em alta, a R$ 2,65, mas longe das máximas da sessão, impulsionado por diversos fatores econômicos e até políticos, como apreensão dos investidores diante da queda dos preços do petróleo e o futuro do programa de intervenções do Banco Central no câmbio.

A moeda americana avançou 0,14%, a R$ 2,6512, após alcançar R$ 2,6785 na máxima da sessão. Trata-se do maior nível de fechamento desde 1º de abril de 2005 (R$ 2,660). Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 2 bilhões (aproximadamente R$ 5,31 bilhões).

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Na semana, a divisa acumulou alta de 2,23%.

"Você tem muitas interrogações no mundo e muitas interrogações no Brasil. Isso tudo preocupa o investidor e o deixa com pé atrás para investir aqui", disse Tarcísio Rodrigues, diretor de câmbio do Banco Paulista.

No cenário externo, a derrocada dos preços do petróleo às mínimas em mais de cinco anos tem alimentado a aversão ao risco, diante do cenário de menor atividade global.

Soma-se a isso a expectativa de que o Federal Reserve, banco central americano, elevará sua taxa básica de juros no ano que vem, o que deve atrair para a maior economia do mundo capitais aplicados em outros mercados, como o brasileiro.

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Tensão com o BC

Internamente, crescia a tensão em relação à possibilidade de o BC brasileiro diminuir sua atuação no câmbio no ano que vem. Atualmente, ela é feita por ofertas diárias de até 4 mil swaps cambiais, equivalentes a venda futura de dólares, e está marcada para durar até o fim deste ano.

O presidente da autoridade monetária, Alexandre Tombini, tem dito que o atual estoque de swaps já dá conta da demanda por proteção cambial.

"O programa do BC é o principal foco do mercado no curto prazo. O mercado está colocando cada vez mais no preço o término do programa, para se proteger enquanto o BC não se pronuncia", disse o operador de um importante banco internacional.

Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total de até 4 mil swaps pela ração diária, com volume equivalente a US$ 197,9 milhões. Foram vendidos 1,8 mil contratos para 1º de junho e 2,2 mil para 1º de setembro de 2015.

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O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, tem dito que o atual estoque de swaps já dá conta da demanda por proteção cambial
Foto: Mike Theiler / Reuters

O BC também vendeu a oferta integral de até 10 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 2 de janeiro, equivalentes a US$ 9,827 bilhões. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de metade do lote total.

Na noite passada, o BC anunciou para esta sessão dois leilões de venda de dólares com compromisso de recompra de até US$ 2 bilhões. O primeiro leilão saiu com taxa de recompra em 2 de abril de 2015 de R$ 2,735623, enquanto o segundo teve taxa de recompra em 5 de maio de 2015 de R$ 2,757900.

Dúvidas pairam sob o governo

Segundo analistas, embora a oferta temporária de liquidez traga algum alívio ao mercado, eram ofuscadas pelas dúvidas sobre o futuro da intervenção geral. A incerteza sobre quais ações a nova equipe econômica da presidente Dilma Rousseff adotará para enfrentar o contexto de inflação alta e crescimento baixo também pesava.

"Enquanto o governo não der as caras, o dólar vai seguir pressionado", disse o gerente de derivativos da CGD Investimentos, Jayro Rezende.

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Também não ajudaram o humor dos mercados domésticos as denúncias em torno do suposto esquema de corrupção na Petrobras. Na véspera, executivos de seis das maiores empreiteiras do Brasil foram denunciados à Justiça, com o Ministério Público Federal (MPF) pedindo que as empresas façam o ressarcimento de R$ 1,186 bilhão.

"Você consegue medir risco de crédito, risco de contraparte, mas risco de imagem (do país) é difícil. Essa questão da Petrobras deixa o mercado realmente desanimado", disse Rodrigues, do Banco Paulista.

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