A indústria de São Paulo demitiu 128,5 mil empregados em 2014, representando a perda de 4,89% dos empregos. Segundo pesquisa da Fiesp e Ciesp, o saldo entre demissões e admissões é que significa a redução de vagas no setor.
Na relação anual, o número de demissões é o pior dos últimos oito anos. O resultado negativo superou 2008 e 2009, que sofreram com reflexos da crise financeira mundial.
Compararando dezembro de 2014 - quando ocorreram 40 mil demissões - com o mesmo período de 2008, observa-se que o do ano passado não foi o pior resultado mensal. Em 2008, o saldo negativo chegou a 121 mil.
Na nota divulgada pela Fiesp e Ciesp, o diretor do Departamento de Pesquisa e Estudos Econômicos (Depecon), Paulo Francini, afirmou que a queda menos expressiva em dezembro do ano passado é resultado de uma antecipação das demissões em 2014.
O executivo declarou que há uma diferença entre os cenários de 2009 (crise financeira) e 2014, a recuperação dos empregos ocorrida no ano seguinte. Em 2010, houve recuperação e saldo positivo de 115 mil vagas, ou seja, 4,78%.
Ele acredita que o movimento não deva se repetir em 2015. Para Francini, a falta de perspectiva vem do aumento da taxa de juros, do possível ajuste fiscal do governo, retirada de alguns subsídios e do aumento de impostos.
“Há pressão em cima do gasto público e já houve redução dos gastos por parte dos ministérios. Isto significa menos dinheiro na economia, enquanto a taxa de juros ainda deve crescer”, projetou.
Redução em todos os setores
Dos 22 setores avaliados pela pesquisa em 2014, 20 tiveram redução no emprego, um apresentou alta e outro manteve-se estável. Em dezembro, todos os setores da indústria paulista registram demissões.
O índice de emprego caiu 5,4% na região da Grande São Paulo e 4,4% no interior do estado. Das 36 regiões pesquisadas, apenas uma registrou contratações. A indústria de Santa Bárbara D´Oeste teve alta de 6,6%, impulsionada por contratações no setor de produtos têxteis (3,36%).
Em relação às perdas, o destaque é a região de Piracicaba, com queda de 16,54% das vagas no ano e demissões nos segmentos de produtos de metal (-36,%) e de máquinas e equipamentos (-14,23%).
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