A indústria paulista demitiu 4 mil trabalhadores em abril, no primeiro resultado negativo da série histórica iniciada em 2006. Abril marca, tradicionalmente, o início das contratações no setor e, por isso, surpreendeu a Fiesp/Ciesp (Federação e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo).
As demissões representam recuo de 1,02% no contingente de trabalhadores em abril na comparação com março, já descontados os efeitos sazonais, e um tombo de 10,06% em relação ao mesmo mês de 2015, com 253.500 pessoas dispensadas.
No acumulado do ano, 34.500 trabalhadores industriais perderam seus empregos em São Paulo, resultando em queda de 1,50% em relação a igual período do ano passado.
Apesar do saldo negativo, o gerente do Depecon (Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos), Guilherme Moreira, acredita que o ritmo de demissões diminuirá, se comparado ao registrado no último ano e que esta será a tendência para os próximos meses.
“Com o forte ajuste que a indústria tem feito desde o ano passado e as expectativas de mudanças da condução da política econômica do país, nossa esperança é que as demissões comecem a perder ritmo”, diz Moreira
A expectativa é o fechamento de 165 mil vagas neste ano ante 235 mil em 2015.
Setores
Dos 22 setores pesquisados, 16 tiveram saldo negativo de vagas, dois ficaram estáveis e quatro aumentaram seu quadro de funcionários.
Mais uma vez, o setor que se destacou positivamente foi o sucroalcooleiro, responsável pela contratação de 7.073 pessoas, influenciando positivamente os setores de produtos alimentícios (6.642 contratações) e de coque, derivado de petróleo e biocombustíveis (1.129 contratações).
O pior desempenho foi observado novamente no segmento de veículos automotores, reboques e carrocerias, com 2.309 demissões no mês passado.