A inflação oficial brasileira acelerou em novembro a 0,51%, pressionada por alimentos e da gasolina, permanecendo acima do teto da meta em 12 meses e mantendo a nova equipe econômica sob pressão para que torne a política fiscal mais rigorosa e controle a alta dos preços.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou alta de 6,56% em 12 meses até novembro, um pouco abaixo dos 6,59% de outubro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.
A meta de inflação do governo é de 4,5%, com tolerância de dois pontos percentuais para mais ou menos. Em outubro, o IPCA havia avançado 0,42% na base mensal.
O índice também acelerou em relação à sua prévia, o IPCA-15, que em novembro subiu 0,38% sobre o mês anterior, chegando a 6,42% em 12 meses.
Os resultados de novembro ficaram um pouco abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters, de alta de 0,54% sobre o mês anterior e de 6,59% em 12 meses.
Carnes e gasolina
Segundo o IBGE, o maior impacto sobre o IPCA de novembro veio do grupo Alimentação e Bebidas, cujo avanço dos preços acelerou a 0,77%, após 0,46% em outubro. Com isso, o grupo foi o que registrou o maior peso no mês, de 0,19 ponto percentual, devido principalmente à alta de 3,46% nos preço das carnes.
Os preços administrados subiram 0,72% em novembro, contra avanço mensal de 0,38% no mês anterior. No acumulado em 12 meses, os administrados registram inflação de 5,83%.
A gasolina foi o segundo item individual de maior impacto no IPCA do mês, com alta de 1,99%, levando o grupo Transportes a registrar inflação de 0,43% em novembro, contra 0,39% em outubro.
No início do mês passado a Petrobras anunciou reajuste nos preços da gasolina e do diesel, ajudando a pressionar a inflação e aumentando as chances de o IPCA fechar este ano acima do teto da meta.
Outra fonte de pressão sobre a inflação são os serviços, cuja alta acelerou a 0,46% em novembro, contra 0,43% no mês anterior, chegando em 12 meses a 8,28%.
Diante da inflação pressionada, o Banco Central intensificou o ritmo de aperto monetário nesta semana e elevou a taxa básica Selic em 0,50 ponto percentual, a 11,75% ao ano.
Mas, embora o BC tenha indicado que pode reduzir a intensidade da alta em breve, o movimento reforçou as sinalizações dadas pela nova equipe econômica - com Joaquim Levy no Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa no Planejamento e Alexandre Tombini mantido no BC - de maior rigor fiscal e combate à inflação.