Tecnologia tem valor quando resolve problemas reais. Inovação não tem a nada com a quantidade de tecnologia que entrega. Tem a ver com o tamanho da necessidade que atende.
Um artigo interessantíssimo da Business Insider (leia aqui) afirma que 95% dos NFTs não valem absolutamente nada. E os 5% que restaram são vendidos por uma fração do que custavam meses atrás.
Tecnologias que pretendem ter valor por si mesmas normalmente dão com os burros na água. E a última década está cheia delas.
Crypto só tem utilidade se você é traficante de drogas, um hacker morando na Esquisitônia querendo extorquir empresas legítimas, ou estiver a fim de criar pirâmides financeiras. O Bitcoin foi criado no mesmo ano do Iphone. Hoje todo mundo tem um smartphone, porque ele é útil. Crypto? Muita gente perdeu dinheiro para alguns espertos ganharem algum, e o valor gerado para a economia real é zero.
Metaverso? Alguém aí lembra de "Second Life"? Aconteceu em 2007. Mesma besteira.
"As pessoas terão avatares e viverão num mundo digital". Empresas, bancos, ações de marketing e shows de rock migraram prá lá. Com nenhum resultado.
Nesse caso, no entanto, não se trata de inventar algo que não existe, mas se apropriar do que já existe. Um Metaverso foi criado nos anos 1980, e funciona muito bem. Chama-se videogame.
Quer entender o Metaverso de verdade? Vá conhecer uma empresa chamada Valve, que produz alguns dos melhores games multiplayer do mundo, com milhões de usuários pagantes.
Se você tem uma startup ou trabalha numa área de inovação, pense em resolver problemas, não em revolucionar nada. Assim você criará valor real.
(*) Alex Winetzki é CEO da Woopi e diretor de P&D do Grupo Stefanini, de soluções digitais.
