Maioria das novas vagas com carteira assinada foram ocupadas por inscritos no CadÚnico, 73% para o público do Bolsa Família. Além disso, a entrada no mercado de trabalho não significa uma saída imediata dos programas de benefícios.
Cerca de 8 em cada 10 novas vagas com carteira assinada criadas até o mês de julho deste ano foram ocupadas por pessoas inscritas no Cadastro Único (CadÚnico), segundo o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS). Destas, 73% foram geradas para o público que está no Bolsa Família - ou seja, 56% do total.
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Em números absolutos, quase 1,2 milhão de empregos foram ocupados por pessoas oriundas de famílias de baixa renda em 2024. O dado usa como base o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) que considera apenas os empregos com registro na CLT.
Ainda assim, a entrada no mercado de trabalho não significa uma saída imediata dos programas de benefícios oferecidos pelo governo. O MDS, inclusive, tem realizado campanhas para informar sobre a chamada "Regra de Proteção", que permite a permanência de inscritos no Bolsa Família por determinado período após terem conseguido uma fonte de renda.
Com a regra, aquelas famílias que tiveram um aumento da renda mensal acima de R$ 218 por pessoa podem seguir acompanhadas e recebendo o benefício pelo período de até 24 meses. Para isso, esse aumento de renda não pode ultrapassar meio salário mínimo por indivíduo da família. A diferença, porém, é que esses beneficiários receberão 50% do valor regular do Bolsa Família.
Em julho, 2,8 milhões de famílias estavam sob a Regra de Proteção.
Diferença CadÚnico e Bolsa Família
Nem todas as famílias inscritas no CadÚnico recebem o Bolsa Família, já que o primero é um cadastro mais amplo da população de baixa renda.
- No CadÚnico são aceitas famílias que tenham renda mensal de até meio salário-mínimo por pessoa. Ou seja, uma residência com quatro pessoas, em que apenas uma é empregada com um salário-mínimo, a renda per capita é de R$ 353 e essa família deve estar no CadÚnico;
- No Bolsa Família são aceitas famílias que tenham renda mensal de até R$ 218 por pessoa. Ou seja, é como se em uma casa com sete membros apenas uma recebesse um salário mínimo.
Questionado, o Ministério do Desenvolvimento Social não informou ao Terra quantos por cento do total de inscritos no CadÚnico e beneficiários do Bolsa Família estão no mercado de trabalho formal.