Oferecimento

Instituições financeiras investem R$ 47,4 bilhões em segurança cibernética

Estudo do Instituto Nacional de Combate ao Cibercrime aponta que hackers causaram perdas de R$ 23 tri ao País neste ano

11 dez 2024 - 03h10

ESPECIAL PARA O ESTADÃO - Até o final de 2024, as instituições financeiras do Brasil estimam investir R$ 47,4 bilhões em segurança cibernética, segundo dados da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), que mostram também que atualmente os bancos destinam cerca de 10% de seus orçamentos em tecnologia de segurança.

Essa preocupação é justificada. De acordo com um estudo recente do Instituto Nacional de Combate ao Cibercrime (INCC), os ataques cibernéticos causam perdas que devem chegar a R$ 2,3 trilhões no Brasil em 2024. Isso significa que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro poderia ser 18% maior este ano, caso os ataques tivessem sido evitados.

Publicidade

Essa situação se reflete em um levantamento feito pela Confederação Nacional das Seguradoras (Cnseg), no qual se identificou que entre janeiro e junho de 2024, o seguro cibernético obteve o melhor desempenho dos últimos cinco anos, passando de R$ 17,8 milhões em 2020 para R$110,6 milhões este ano, uma alta de 512,4%. Ao comparar com o mesmo período de 2023, o avanço foi de 12,7%, motivado principalmente pela preocupação das empresas em proteger o negócio contra a ação nociva de hackers.

João Fontes, coordenador da Subcomissão de Linhas Financeiras da Federação Nacional de Seguros Gerais (Fenseg), destaca que em 2019 o valor total de prêmios emitidos pelo mercado segurador em casos de crimes cibernéticos foi de R$ 21 milhões, quantia que aumentou em 2023 para R$ 205 milhões.

Destinado às empresas, o seguro de Riscos Cibernéticos oferece proteção contra danos diretos ocasionados por ciberataques que geram perdas financeiras, como extorsão e lucros cessantes, e de conteúdo informacional, como vazamento de dados. Além disso, pode ser utilizado para cobrir reclamações decorrentes de uso indevido de informações e violação da privacidade e dos direitos de propriedade intelectual.

De acordo com ele, o mercado brasileiro só passou a oferecer seguros para casos de crimes cibernéticos a partir de 2012, mas nos Estados Unidos estes produtos já existem desde a década de 90. "Foram produtos lançados com base em uma necessidade da sociedade, em especial a partir de 2017, quando houve um ataque hacker global contra o sistema financeiro, que teve impacto em mais de 150 países, incluindo o Brasil."

Publicidade

Sandro Santos Souza, superintendente de Proteção de Dados do Banco Master, ressalta que as pessoas estão cada vez mais conectadas e conscientes de seu poder sobre os próprios dados. "Essa mudança cultural certamente continuará a impulsionar transformações significativas nos próximos anos. A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) foi um marco importante."

Segundo ele, o que é oferecido hoje por instituições financeiras como o Banco Master é adequado, especialmente quando comparado a empresas de outros setores no Brasil.

"De acordo com um estudo realizado em setembro de 2022, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) ainda está fora da realidade de 80% das empresas brasileiras. No entanto, é importante ressaltar que, apesar dos avanços, sempre há espaço para melhorias contínuas na proteção de dados."

No Banco Master, a qualificação das equipes para a proteção de dados pessoais é realizada por meio de um programa contínuo de treinamentos, ações e campanhas de conscientização. "Temos investido significativamente em treinamentos, na promoção de uma cultura de privacidade e, especialmente, em tecnologia, garantindo que todas as áreas da instituição estejam plenamente envolvidas e conscientes da importância de respeitar os dados e a privacidade de nossos clientes", afirma Souza.

Publicidade
TAGS
Curtiu? Fique por dentro das principais notícias através do nosso ZAP
Inscreva-se