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Internautas pedem boicote ao McDonald's após rede fornecer lanches gratuitos para soldados israelenses

A entrega de comida chegou a ser anunciada pela empresa no Instagram, mas, após repercussão negativa, a publicação foi apagada

16 out 2023 - 17h06
McDonald's em Tel Aviv, em Israel
McDonald's em Tel Aviv, em Israel
Foto: David Silverman/Getty Images

Internautas nas redes sociais estão pedindo boicote aos produtos da rede de fast food McDonald's. O motivo: unidades da empresa em Israel estão fornecendo comida de forma gratuita para soldados das Forças de Defesa de Israel (IDF), o que gerou revolta entre alguns usuários de ferramentas como o X (antigo Twitter).

Segundo informações apuradas pela Newsweek, o fornecimento gratuito de lanches para os combatentes começou logo que as forças passaram a combater o grupo palestino Hamas após um atentado contra israelenses próximo da fronteira com Gaza.

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A entrega de comida chegou a ser anunciada pela empresa no Instagram, mas, após repercussão negativa, a publicação foi apagada. De acordo com a revista norte-americana, o McDonald's diz ter doado "quatro mil refeições para hospitais e unidades militares" e que seguirá enviando "milhares de refeições" para soldados israelenses.

No X/Twitter, a repercussão segue, com críticas vindas principalmente de mulçumanos. "Vamos boicotar o McDonald's porque apoiar empresas envolvidas em conflitos é errado, especialmente quando se trata de perda de vidas inocentes", escreveu um internauta, que completou: "Vamos aumentar a conscientização e incentivar a responsabilização dessas marcas. Lembre-se, a voz e as ações de cada indivíduo podem fazer a diferença na construção de um mundo mais justo”.

Outro usuário escreveu: “Se o McDonalds dá refeição grátis para as Forças de Defesa de Israel e não para aqueles [afetados] em GAZA, então acho que todos os muçulmanos ao redor do GLOBO deveriam boicotar o McDonalds”.

Procurada pela reportagem, a rede McDonald's  ainda não se manifestou. 

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Guerra 

A guerra entre Israel e o Hamas chegou ao décimo dia neste domingo, 15, com um saldo de quase 4 mil mortos e mais de 10 mil feridos, entre israelenses e palestinos.   

A escalada do confronto foi marcada pelo acirramento da crise humanitária na Faixa de Gaza e os apelos das entidades de direitos humanos e da Organização das Nações Unidas (ONU) para a criação de um corredor humanitário, além do cessar-fogo. 

Enquanto o governo de Benjamin Netanyahu se prepara para uma invasão terrestre, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, alertou que qualquer ocupação israelense seria “um grande erro” e defendeu a criação de um corredor humanitário. “Estou confiante de que Israel agirá de acordo com as regras da guerra”, disse em entrevista a emissora CBS News.

Confira abaixo um resumo dos principais acontecimentos nos últimos dias do conflito entre Israel e o Hamas

Na quinta-feira, 12, o governo de Benjamin Netanyahu ordenou que mais de 1,1 milhão de palestinos deixassem o norte da Faixa de Gaza. O pedido provocou uma evacuação em massa  de palestinos rumo ao sul de Gaza, já que as fronteiras do território com Israel e o Egito seguem fechadas.  

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Israel jogou panfletos no território ordenando evacuação da região, incluindo de hospitais, em até  24 horas. O prazo encerrado às 18h (horário de Brasília) de sexta-feira, 13. Cerca de 70 palestinos, que viajavam rumo ao sul de Gaza, morreram durante um bombardeio em Salah-al-Din. Palestinos acusam Israel de ter bombardeado o comboio, já os israelenses alegam que investigam a origem da explosão. 

A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF), que coordena o Hospital Al Awda, no norte de Gaza, condenou o pedido e chamou a ação de "contínuo e indiscriminado derramamento de sangue".

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Desde sábado, 14, o mundo está em alerta com uma possível invasão terrestre de Gaza pelas  Forças de Defesa de Israel (IDF). Dezenas de soldados israelenses já estariam de prontidão, aguardando ordens para invadir o território palestino para destruir as principais lideranças políticas e militares do Hamas.

A  invasão será a maior operação terrestre de Israel desde que invadiu o Líbano em 2006 e corre o risco de prendar o país em um longo e sangrento combate urbano, em uma região tão densamente povoada como a Faixa de Gaza, povoada por mais de 2 milhões de palestinos, o que eleva também o risco de mais mortes entre civis palestinos. 

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Segundo o New York Times, autoridades do governo israelense estariam cientes do risco de que os reféns levados pelo Hamas sejam executados durante a operação.

Ainda segundo a publicação, ainda não se sabe o que Israel pretende fazer com a Cidade de Gaza, que é também o reduto do Hamas. O primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu já declarou que o 'Hamas será varrido da face da Terra' e que 'cada membro do Hamas é um homem morto'. 

No domingo, a CBS exibiu trecho de entrevista com o presidente dos Estados Unidos. Joe Biden alertou que qualquer ocupação israelense seria “um grande erro” e defendeu a criação de um corredor humanitário. “Estou confiante de que Israel agirá de acordo com as regras da guerra”, disse.

Desde o dia 7 de outubro, mais de 2.329 palestinos morreram e 9.714 ficaram feridos com os ataques israelenses à Faixa de Gaza. Do lado outro lado, a onda de ataques do Hamas matou 1.400 israelenses e feriu outros 3.400.  Ao menos 1 milhão de palestinos já fugiram de suas casas e buscam abrigo em outras partes de Gaza. Sem energia elétrica e com suprimento de combustível cortado, além dos bombardeios, hospitais e necrotérios do território palestino estão sobrecarregados e não têm mais onde armazenar os mortos. Um caminhão de sorteves chegou a ser utilizado para guardar corpos de vítimas da guerra.

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Fonte: Redação Terra
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