Investir em ativos no exterior pode ser uma boa opção para o investidor mais experiente, que busca diversificação. Atualmente, esse tipo de investimento é bem simples e pode ser feito de duas formas: você pode comprar ativos aqui no Brasil que possuem lastro em ativos internacionais, ou então você pode investir de forma direta nesses ativos em diferentes países no exterior, explicou Bruno Piacentini, sócio e professor da Eu me Banco.
Veja abaixo as vantagens e os cuidados ao investir fora, com informações do especialista.
Por que investir no exterior?
O primeiro motivo para buscar ativos no exterior é reduzir os riscos no Brasil. O Brasil é um país emergente, com constantes riscos econômicos, fiscais e políticos. Então quando você aloca os seus recursos, o seu patrimônio, em ativos no exterior, você está reduzindo a sua exposição a este risco.
O segundo motivo é a estabilidade. Como o dólar é a principal moeda utilizada em todo o mundo, tanto como moeda de reserva quanto no comércio exterior, ela fornece maior estabilidade.
E, por fim, o terceiro motivo são oportunidades: o Brasil tem várias opções para você alocar os seus recursos, mas no exterior existem mais opções de ativos financeiros, inclusive com exposição a outros mercados internacionais, o que pode proporcionar diferentes oportunidades.
Como investir no exterior de forma indireta: ETFs, BDRs e fundos
As opções para investir em ativos no exterior de forma indireta são por meio de ETFs, BDRs e fundos de investimento em ações ou fundos multimercado.
ETF é um fundo de investimento que busca replicar um índice. Um exemplo de ETF com exposição internacional é o IVVB11, que busca replicar o resultado do índice S&P500, composto por ações das 500 maiores companhias de capital aberto dos Estados Unidos.
Já investir em uma BDR é mais parecido com investir em uma ação de uma empresa estrangeira, só que no Brasil. Um dos benefícios de você investir através de BDR, em vez de ir diretamente no mercado internacional e comprar a ação desta empresa, é a praticidade: você pode fazer essa transação de forma simples numa corretora brasileira.
Uma desvantagem desses ativos é o imposto de renda. No caso das ações brasileiras, há isenção de IR em negociações de até R$ 20 mil por mês em caso de swing trade (operações em que a compra e venda é feita em período maior de um dia). Só que as BDRs e os ETFs não têm essa isenção.
Outra boa opção de investir de forma indireta em ativos no exterior, e talvez a mais comum, são os fundos de investimentos em ações e multimercado, porque muitos deles possuem justamente essa estratégia, de alocar recursos em ativos no exterior.
Investir de forma direta: é preciso ter conta no exterior
Para investir de forma direta na bolsa de valores americana, ou de qualquer outro país, é preciso ter uma conta estrangeira, também chamada de conta global. Hoje, diversas corretoras oferecem esse serviço de forma simples.
A principal vantagem são as oportunidades. Apesar de haver BDRs e ETFs que trazem praticidade, eles não abarcam todos os ativos disponíveis do mercado financeiro fora do Brasil, nem de longe.
Com uma conta nos Estados Unidos, por exemplo, o investidor pode aportar de forma direta no mercado internacional comprando diversos ETFs com lastro em diversos índices de diversos outros países.
Um ponto de atenção ao investir no mercado internacional de forma direta são os custos. Cada transação cambial gera custos como IOF, o imposto sobre operações financeiras, e até mesmo um spread cambial. Além disso, as corretoras podem cobrar uma taxa para enviar e retirar os recursos do exterior.