Apesar dos desafios enfrentados, o turismo brasileiro ainda está abaixo de seu potencial global, mas as perspectivas são promissoras para os próximos anos, especialmente na Região Sul do país.
O turismo brasileiro tem registrado um crescimento significativo nos últimos anos, alcançando resultados positivos e superando enormes desafios, como a pandemia e as enchentes no Rio Grande do Sul. No entanto, ao comparar os números com a média global, a indústria turística do Brasil ainda está abaixo de seu potencial e do que pode oferecer à economia.
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De acordo com dados do Conselho Mundial de Viagens e Turismo, a indústria global deve encerrar 2024 com um faturamento de US$ 11 trilhões, o que representa 10% do PIB mundial. Por outro lado, no Brasil, as receitas de viagens e turismo devem atingir US$ 169,3 bilhões, correspondendo a 7,8% do PIB nacional.
Entretanto, as perspectivas para o turismo brasileiro são promissoras, especialmente para o fim deste ano e, ainda mais, para 2025. A ampliação dos investimentos em hotéis, atrações turísticas e a retomada da economia na Região Sul do país, somadas ao aumento da malha aérea, indicam uma evolução significativa do setor.
O estudo Parques, Atrações Turísticas e Entretenimento no Brasil, realizado pela Noctua Advisory, em parceria com o Sindepat e a Adibra, mapeou 755 empresas em 147 cidades de 24 Estados. O levantamento destaca 97 grandes empreendimentos em desenvolvimento, com investimentos da ordem de R$ 9,5 bilhões, principalmente em turismo (parques aquáticos e temáticos), sendo 38% voltados para hospitalidade.
“O Brasil deve melhorar os seus investimentos em áreas como infraestrutura e modernizar seus sistemas de transporte, com o objetivo de facilitar o acesso do fluxo de turistas a todas as regiões do país. E, para que a expansão do mercado de turismo nacional seja efetivada, é fundamental contar com uma gestão profissional, que foque no desenvolvimento de serviços de alta qualidade e na modernização da experiência dos turistas”, explica Marcos Jorge, CEO do Grupo RTSC.
Logo após as enchentes no Rio Grande do Sul, Marcos Jorge teve audiência com o ministro do Turismo, Celso Sabino, para discutir a retomada da economia local e o destravamento das opções aeroportuárias. O executivo defende também a importância da implementação de uma nova alíquota tributária para o setor, pauta que também é defendida por diversas associações ligadas ao turismo.
“O setor de turismo é de extrema importância para o desenvolvimento econômico do país e responde, atualmente, por 8% do PIB Nacional, sendo responsável por 3,4 milhões de empregos. É essencial que tenhamos um tratamento adequado, com a criação de um regime tributário específico, para que os investimentos no setor sejam incentivados, gerando mais empregos e desenvolvimento econômico, além de oferecer mais incentivo e competitividade para o turismo brasileiro”, analisa.
Pesquisas reforçam a perspectiva otimista e a importância do setor, já que o turismo brasileiro registrou o melhor desempenho desde o primeiro semestre de 2019. De acordo com dados inéditos do Conselho de Turismo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), o setor faturou R$ 95,3 bilhões no primeiro semestre de 2024, crescendo 1,9% em relação ao mesmo período do ano passado.
Esses resultados demonstram que, com investimentos adequados e ações concretas, o Brasil tem a oportunidade de não apenas aumentar sua participação no mercado global, mas também transformar o turismo em um pilar ainda mais robusto da economia nacional.