A inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), desacelerou em agosto, alcançando uma queda de 0,02%. A informação foi divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (10). No mês anterior, o índice havia registrado uma alta de 0,38%.
Esta é a primeira vez que o IPCA registra uma queda desde junho de 2023, quando houve uma redução de 0,08%. No ano de 2024, a inflação acumulada até agosto é de 2,85%, e nos últimos 12 meses, o índice soma 4,24%. Conforme pesquisa da Reuters, analistas esperavam uma leve alta de 0,01% no mês e um aumento de 4,29% na comparação anual.
Os maiores responsáveis pela queda do IPCA em agosto foram os grupos Habitação e Alimentação e Bebidas. André Almeida, gerente de pesquisa do IBGE, destacou em nota divulgada que a principal influência veio da energia elétrica residencial. Em agosto, houve o retorno à bandeira tarifária verde, que não impõe cobrança adicional nas contas de luz, após um mês de bandeira amarela em julho.
Quais produtos contribuíram para a queda do IPCA?
No grupo Alimentação, os destaques foram as quedas de preços da batata inglesa (-19,04%), tomate (-16,89%) e cebola (-16,85%). Almeida explica: "O principal fator que contribuiu para a queda nos preços foi uma maior oferta desses produtos no mercado por conta de um clima mais ameno no meio do ano, que favorece a produção desses alimentos, com maior ritmo de colheita e intensificação de safra".
Além dos grupos citados, o grupo Transportes manteve a estabilidade dos preços em agosto. Porém, algumas categorias registraram alta, como Educação (0,73%) e Artigos de residência (0,74%). A inflação dos serviços, por sua vez, subiu 0,24% em agosto, comparado a uma alta de 0,75% em julho, acumulando um aumento de 5,18% em 12 meses.
A difusão do índice, que mostra o espalhamento das variações de preços, saltou de 47% em julho para 56% em agosto.