A inflação desacelerou em abril, mas a taxa acumulada em 12 meses voltou a subir. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial de inflação do País, registrou alta de 0,71% no mês passado, a menor variação mensal deste ano, depois de ter avançado 1,32% em março, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.
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No acumulado de 12 meses, o indicador atingiu 8,17%, taxa um pouco superior ao período de 12 meses até março (8,13%). O resultado trata-se da maior taxa acumulada desde dezembro de 2003, quando o IPCA atingiu 9,30%
A taxa também é bem superior à meta de inflação do Banco Central, de 4,5%, com 2 pontos percentuais de tolerância para mais ou para menos. Em ata da última reunião do Comitê de Política Monetária, divulgada na quinta-feira, o BC diz que a inflação deve convergir à meta somente no final de 2016.
Segundo o IBGE, o acumulado nos primeiros quatro meses do ano é de 4,56%, a maior taxa para o primeiro quadrimestre desde 2013 (6,15%).
Conta de luz
Os preços em abril subiram, em média, menos do que em março. E o principal item para o arrefecimento da inflação no mês passado foi a tarifa de energia elétrica, segundo o IBGE. O item teve variação de 1,31%, ante uma alta expressiva de 22,08% em março, quando ocorreram aumentos extras fora do reajuste anual.
Desaceleração
A inflação perdeu força em quatro dos nove grupos de despesas calculados pelo IPCA. O grupo habitação, o qual inclui as tarifas de energia, avançou 0,93% no mês passado, taxa bem inferior à alta de 5,29% em março. Também desaceleraram os grupos transportes (0,11%), educação (0,21%) e alimentação e bebidas (0,97%).
Neste último, embora a taxa tenha sido menor do que em março, o IBGE destaca que alguns alimentos tiveram altas expressivas, como o tomate (17,9%), a cebola (7,05%) e o feijão-mulatinho (6,55%).
Remédios
A maior impacto no IPCA veio das despesas ligadas à saúde e cuidados pessoais, que avançaram 1,32% no mês passado. Esse resultado foi influenciado pelo aumento dos preços dos remédios, que subiram 3,27%, em consequência dos reajustes autorizados pelo governo.
Em abril, a inflação também acelerou nos grupos artigos de residência (0,66%), vestuário (0,91%), despesas pessoais (0,51%) e comunicação (0,31%).