O Itaú Unibanco superou previsões de lucro no quarto trimestre, reflexo de nova queda da inadimplência, maiores margens com crédito e aumento das receitas com serviços. O maior banco privado do País anunciou nesta terça-feira que seu lucro líquido somou 5,52 R$ bilhões no período, alta de 18,8% ante mesma etapa de 2013.
Em bases recorrentes, o lucro foi de R$ 5,66 bilhões, alta de 20,9% no comparativo anual. A previsão média de analistas ouvidos pela Reuters era de lucro recorrente de R$ 5,367 bilhões. Parte desse resultado deveu-se a maiores ganhos com crédito. A margem líquida com clientes, ajustada ao risco e após despesas com provisões atingiu 7,3%, 0,3 ponto percentual acima do trimestre anterior. Ou seja, o banco conseguiu elevar taxas dos empréstimos e teve menos gastos com riscos.
Isso ocorreu mesmo após o estoque de financiamentos ter fechado o ano em R$ 525,519 bilhões, alta anual de apenas 8,7%. Mesmo incluindo a carteira de títulos privados de renda fixa, o que leva o avanço a 9,8%, o banco ficou abaixo da sua própria estimativa, de 10% a 13%.
Os destaques de alta anual foram o consignado (+79,5%) e o imobiliário (+19,4%). Em contrapartida, a carteira de veículos caiu 28,3%, também no ano a ano.
Outro ponto positivo do balanço foi a décima queda seguida da inadimplência, atingindo o menor nível histórico desde a fusão entre Itaú e Unibanco em novembro de 2008. O índice, medido pelo saldo de operações vencidas com mais de 90 dias, foi de 3,1% no quarto trimestre, ante 3,2% no trimestre anterior e 3,7% um ano antes.
Com isso, as despesas da instituição com provisões para perdas esperadas com calotes somaram R$ 4,614 bilhões no trimestre, queda de 2,7% na base sequencial. Na comparação anual, por outro lado, a cifra avançou 10,1%. Além disso, o Itaú viu suas receitas com serviços e tarifas darem um salto de 13,1% no ano a ano, para R$ 6,825 bilhões no trimestre, impulsionadas pela aquisição da Credicard.
Por fim, o banco conseguiu fechar 2014 com avanço de 10,1% das despesas administrativas, chamadas de não decorrentes de juros, abaixo da faixa prevista para o ano, de 10,5% a 12,5%. No quarto trimestre, somente, a linha mostrou avanço de 8,1% sobre um ano antes.
Entre outubro e dezembro, a rentabilidade sobre o patrimônio líquido do Itaú foi de 24,7%, no mesmo nível do trimestre anterior e acima dos 23,9% de um ano antes.
Perspectivas para 2015
O Itaú Unibanco previu alta de 6% a 9% de sua carteira de financiamentos em 2015. Na semana passada, ao abrir a temporada de balanços do setor, o Bradesco projetou alta de 5% a 9% de sua carteira neste ano.
O Itaú também previu que suas despesas neste ano com provisões para calotes esperados devem ficar entre R$ 13 bilhões e R$ 15 bilhões, a mesma faixa prevista para 2014.