A líder do governo no Congresso Nacional, Joice Hasselmann (PSL-SP), avalia que entre os dias 2 e 3 de julho o texto da reforma da Previdência chegará ao plenário da Câmara dos Deputados, e até o dia 7 a matéria será votada. Ela disse que não há chance da reforma não ser votada pelos deputados antes do recesso. "Estou percorrendo o Brasil inteiro em uma caravana da Previdência", disse.
Segundo ela, muitos parlamentares ainda resistem a aprovar a reforma, "principalmente no Norte e Nordeste, onde tem mais partido de oposição", e a intenção é convencê-los da necessidade da votação ainda em julho, antes do recesso. Ela admitiu que o governo ainda não conseguiu os 308 votos necessários entre os deputados para aprovar o texto, mas disse que falar disso agora "é bobagem".
"Alguns parlamentares não estão confortáveis ainda em votar a Previdência, em especial o Norte e Nordeste, por isso os governadores são importantes, porque os parlamentares falam que não vão votar, mas agora que viram que Estados e municípios podem sair (da reforma), até os Estados de oposição já estão dizendo que tem que colocar Estados e municípios na proposta", informou a parlamentar, ironizando que a oposição é contra a reforma, mas quer que os Estados e municípios estejam nela.
Segundo ela, retirar os Estados e municípios foi uma maneira de fazer com os que atacam a Previdência se envolvam. De acordo com a deputada, esse foi um dos assuntos que conversou na reunião que teve hoje com o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), em evento na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).
Um pouco antes da entrevista de Hasselmann, o governador Witzel disse a jornalistas que está confiante na volta dos Estados e municípios para o texto da reforma, mas se disse preocupado com a dificuldade que o governo está tendo para aprovar a reforma, e ainda mais com as que virão pela frente. "O governo precisa ter uma base sólida no Congresso", criticou.
A deputada destacou que é necessário um grande envolvimento de todos os parlamentares para tentar aumentar a economia, depois do relatório divulgado ontem ter apontado uma economia de apenas R$ 860 bilhões, nos cálculos do ministro da Economia, Paulo Guedes. "Eu sonhava com o número mágico de R$ 1 trilhão, mas vamos tentar aumentar", afirmou, sem fazer estimativas.