Uma Lamborghini Gallardo que pertencia ao empresário Cláudio José de Oliveira, conhecido, então, como 'Rei do Bitcoin', será leiloada na próxima sexta-feira, 22, pela Justiça Federal. O lance inicial pelo veículo será de R$ 629 mil. O empresário foi preso pela Polícia Federal e condenado por crimes contra o sistema financeiro e por estelionato.
Após ser apreendido, o automóvel havia sido customizado pela PF e estava sendo utilizado como viatura em eventos promocionais. O leilão será realizado na plataforma Kronberg Leilões, a partir das 10h20 desta sexta. Cada novo lance deve contar com um incremento mínimo de R$ 2 mil.
Para participar do leilão eletrônico, o interessado deverá cadastrar-se previamente no site do leiloeiro, cadastrando login e senha, observando as regras previstas na plataforma.
Bolsas de grife e um carro da marca BMW também estão entre outros bens do 'Rei do Bitcoin' que serão leiloados.
Conforme consta no edital de condições do leilão, o arrematante deverá pagar taxa de comissão de 5% sobre o valor total da arrematação, a ser integralmente paga à vista e no prazo máximo de três dias úteis.
Lamborghini virou viatura da PF do Paraná
Após ser apreendida na Operação Daemon, que apurou fraudes com criptomoedas, a Lamborghini Gallardo LP 560-4, fez parte temporariamente da frota de viaturas da Polícia Federal do Paraná. O supercarro da marca italiana serviu de vitrine em exposições e eventos.
Segundo dados oficiais da Lamborghini, o Gallardo LP 560-4 entrega uma aceleração de zero a 100 km/h em apenas 3,7 segundos. E atinge velocidade máxima de 325 km/h. A PF não especificou o ano/modelo, mas é certo que o exemplar tem um bom tempo de estrada, já que o Gallardo teve a sua produção encerrada pela marca italiana em 2013.
Relembre quem é o 'Rei do Bitcoin'
Em 2021, a PF do Paraná deflagrou uma operação contra o grupo Bitcoin Banco e seu criador, Cláudio Oliveira. O empresário e autoproclamado "rei do bitcoin" foi preso, acusado de desviar R$ 1,5 bilhão em negociações de criptomoedas. Estima-se que a fraude tenha lesado milhares de investidores.
A operação batizada de Daemon ocorreu em Curitiba. A PF cumpriu 22 mandados de busca e apreensão, um mandado de prisão preventiva e quatro de prisão temporária. Oliveira foi preso junto a sua esposa, um alto executivo do grupo e dois outros investigados que teriam colaborado com o esquema.
O "rei do bitcoin" e seu grupo administravam três corretoras de criptomoedas. Em comunicado, a PF destacou que, "com pesado investimento em estratégias de marketing, passaram a atrair diversos clientes para que investissem recursos pessoais nas plataformas do grupo empresarial".
O esquema ocorreu principalmente ao longo de 2018, quando Oliveira ficou conhecido por ficar rico com investimentos em criptomoedas. Porém, no início de 2019, todos os saques das corretoras do grupo foram travados. Segundo a empresa, a plataforma teria sofrido um ataque de hacker. A Polícia Civil do Paraná então iniciou uma investigação que se estendeu por dois anos.
Oliveira já possui uma condenação na Suíça por crimes de estelionato e falsificação de documentos. A PF também acredita que o acusado tenha participado de crimes similares em diversos outros países da Europa e nos Estados Unidos.
O empresário desviava os valores das certeiras de clientes para si próprio e foi acusado de crimes falimentares, lavagem de dinheiro, prática de estelionato, organização criminosa e delitos contra economia popular e sistema financeiro nacional.
Milhares de investidores entraram com processos judiciais contra o grupo de Oliveira. Mesmo com confissões de dívidas, nenhum valor foi devolvido. O caso foi levado para a Justiça Federal após ser constatado que os acusados ofereceriam planos de investimento sem a autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Na operação, a PF apreendeu veículos de luxo, incluindo a Lamborghini.