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Limite para votar Previdência é fevereiro, admite Marun

6 fev 2018 - 12h17
(atualizado às 13h07)

O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, reiterou nesta terça-feira que o prazo limite para aprovação da reforma da Previdência é este mês de fevereiro e a não votação será uma "oportunidade perdida".

Marun, durante entrevista em Brasília 30/1/2018 REUTERS/Ueslei Marcelino
Marun, durante entrevista em Brasília 30/1/2018 REUTERS/Ueslei Marcelino
Foto: Reuters

Marun repetiu que o governo ainda espera conseguir reverter votos para colocar o texto em votação no final deste mês, mas reconheceu que a reforma não ficará para março.

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"Entendemos que hoje não existe a mínima razão para um adiamento. Ou aprovamos efetivamente em fevereiro ou será uma oportunidade perdida, o que não acredito que vá acontecer", afirmou a jornalistas.

Segundo Marun, a "vida vai seguir em março" e, se for com a reforma aprovada, em um clima melhor para votar outras propostas do governo. Em um café da manhã na Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais, o ministro disse que outras prioridades serão definidas pelo governo em março, com ou sem a votação da reforma.

Marun reconheceu que o governo não tem ainda os votos necessários para votar a reforma -ainda seria necessário que entre 40 e 50 deputados, hoje indecisos, aceitassem encampar o projeto. Questionado sobre como seria possível essa mudança de posição em tão pouco tempo, o ministro admitiu que era difícil, mas garante que não impossível.

"Falta pouco tempo, mas falta pouco voto. O que temos hoje entre os indecisos é convencer um a cada dois. É difícil, é, mas não é impossível", disse.

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Depois de um dia confuso na segunda-feira, em que governo e Congresso deram informações desencontradas sobre as possibilidades e prazos para a votação, Marun reconheceu que "não foi um dia bom".

"Ontem não tivemos um dia bom, com manifestações de várias lideranças sendo mal interpretadas. Mas vamos em frente hoje", disse.

Campanha

O governo intensificou nos últimos dias a divulgação de vídeos liberados nas redes sociais defendendo a reforma, investindo na ideia de que irá acabar com privilégios.

No entanto, depois de ser alvo de críticas por demonizar os servidores públicos, o último vídeo da campanha coloca um suposto servidor público afirmando "que nunca nada foi fácil", que trabalhou pesado, "sem direito a veículo oficial sem auxílio moradia ou auxílio terno como muitos por aí".

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"Fui servidor público com muito orgulho. Mas quantos iguais a mim, tão trabalhadores como eu, tão dedicados como eu, vão se aposentar e podem nem receber seu benefício porque ninguém teve coragem de acabar com os benefícios desses poucos privilegiados que se aposentam aos 50 anos com uma aposentadoria de 30 mil reais", diz o personagem.

Judiciário

Marun criticou o Judiciário, que tem lutado contra a reforma. Perguntado se isso tem prejudicado a reforma, Marun afirmou que setores do Judiciário tem "um ativismo político" que abala a credibilidade do Poder.

"Por isso defendo o respeito a lei, a lei é clara, não precisa ser interpretada, tem que ser cumprida", disse. "Interpretações baseadas em criatividade começam a gerar uma dúvida e essa situação surreal, em que um condenado que não pode ser candidato lidera as pesquisas para Presidência da República."

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