O presidente da Câmara dos Deputados, Athur Lira (PP-AL), disse nesta sexta-feira que a Casa terá "boa vontade" com a análise de medidas de cortes de gastos e que qualquer iniciativa de renúncia de receitas será avaliada pelos parlamentares somente no ano que vem, com uma análise cuidadosa das fontes de financiamento.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra
"Reafirmo o compromisso inabalável da Câmara dos Deputados com o arcabouço fiscal. Toda medida de corte de gastos que se faça necessária para o ajuste das contas públicas contará com todo esforço, celeridade e boa vontade da Casa, que está disposta a contribuir e aprimorar", disse Lira.
"Qualquer outra iniciativa governamental que implique em renúncia de receitas será enfrentada apenas no ano que vem, e após análise cuidadosa e sobretudo realista de suas fontes de financiamento e efetivo impacto nas contas públicas. Uma coisa de cada vez. Responsabilidade fiscal é inegociável", acrescentou.
A publicação do presidente da Câmara vem no dia seguinte ao detalhamento pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de um pacote para reduzir 70 bilhões de reais em gastos públicos nos próximos dois anos, acompanhado de uma proposta de isenção de imposto de renda para quem ganha até 5 mil reais mensais, a ser compensada pela taxação dos que têm renda mensal superior a 50 mil reais.
Tanto o pacote de corte de gastos quanto a isenção de impostos precisam ser aprovadas pelo Congresso Nacional e o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse esperar que as medidas de cortes de gastos sejam aprovadas ainda neste ano. Já a isenção do imposto de renda, disse Haddad, deverá ser discutida no Parlamento em 2025 para entrar em vigor em 2026.