A indústria de telecomunicações gera um volume grande de resíduos eletrônicos, incluindo celulares, modems, roteadores e baterias. Porém, a logística reversa vem se mostrando um caminho ambientalmente correto e economicamente vantajoso.
Em um cenário de crescimento no volume de lixo eletrônico, a questão torna-se mais importante do que nunca. O E-Waste Monitor 2024, relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) que analisa o descarte desse tipo de resíduos, revelou que os brasileiros jogam fora 2,4 bilhões de quilos de material eletroeletrônico todos os anos. O número representa um crescimento de cerca de 15% se comparado ao volume do relatório anterior, em 2020. Por isso, dar o destino adequado para estes materiais torna-se urgente.
Carlos Tanaka, fundador da PostalGow e especialista em logística, explica que esse movimento é uma tendência que atinge diretamente a questão ambiental, além de ser uma estratégia econômica.
“As empresas que conseguem implementar esse sistema de forma eficiente têm uma redução nos custos de produção”, avalia.
Redução de custos e otimização de recursos
O descarte inadequado dos resíduos eletrônicos causa diversos danos, como contaminação do solo e da água, problemas de saúde e riscos à biodiversidade. Nesse contexto, a logística reversa se firma como ferramenta para coletar, transportar, processar e destinar corretamente esses aparelhos e componentes, promovendo sua reutilização, reciclagem e descarte seguro.
A logística reversa ajuda até a eliminar os altos custos de destinação a aterros sanitários, que podem variar entre R$ 0,50 e R$ 3 por quilo. Em contrapartida, a reciclagem pode gerar receita de até R$ 5 por kg. Essa prática também permite a recuperação de materiais como metais preciosos e plásticos, que serão reutilizados na produção de novos produtos. Estudos da Universidade de São Paulo (USP) indicam que a reutilização pode gerar uma economia de até 20% nos custos de produção.
Além disso, a pratica contribui para a redução de devoluções e trocas de produtos defeituosos ou danificados, diminuindo custos com transporte, mão de obra e atendimento ao cliente.
Benefícios para clientes e meio ambiente
Os consumidores também saem ganhando quando existe essa política por parte das empresas. Aquelas que adotam práticas sustentáveis se tornam a preferência de 72% dos consumidores, conforme apontado por uma pesquisa do Procon.
Quem oferece programas desse tipo, e ainda com descontos ou troca de produtos usados por novos, conseguem fidelizar sua base de consumidores e atrair novos. A implementação da logística reversa também fortalece a imagem das empresas junto ao público e aos investidores, demonstrando um compromisso com a sustentabilidade e a responsabilidade social. Isso pode resultar em maior fidelização de clientes e atração de novos investidores.
Carlos Tanaka destaca a relevância estratégica dessa prática para todo o setor de telecomunicações.
“Trata-se de uma oportunidade para que todos os envolvidos possam inovar em seus processos e se destacarem em um mercado cada vez mais competitivo. Investir nessa área deixou de ser meramente um posicionamento a favor do meio ambiente, mas também uma opção clara pelos custos mais baixos”, finaliza.
(*) HOMEWORK inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da Compasso, agência de conteúdo e conexão.