O presidente Lula anunciou a compra de aviões novos após susto em voo do México para o Brasil.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou a compra de aviões novos após susto em voo do México para o Brasil. Na ocasião, a aeronave presidencial precisou sobrevoar o aeroporto por cerca de 5 horas. Em entrevista à rádio O Povo/CBN de Fortaleza, nesta sexta-feira, 11, o petista disse que o tempo foi suficiente para "repensar a vida".
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"Todo mundo teve tempo de repensar sua vida, foram 4 horas e meia. Eu repensei muito o que eu tinha feito na vida, o que tinha para fazer. E você pensa como ser humano, o que você cometeu de erro, o que você cometeu de acerto. Eu acho que foi um momento de muita reflexão de todo mundo", contou Lula.
Ele disse que assim que levantaram voo sentiram uma trepidação estranha. O presidente foi até a cabine do piloto para entender o que estava acontecendo. Chegando lá, encontrou a tripulação nervosa, tentando encontrar uma solução para o problema.
Minutos depois informaram que havia um problema em uma das turbinas da aeronave, que o avião estava seguro, mas não podiam continuar viagem. De início, a opção dada foi circular por duas horas pelo espaço aéreo para esvaziar o tanque de gasolina.
"Quando deu duas horas, fui lá perguntar: 'E agora?'. Falaram: 'Vamos ficar mais duas horas e meia'", contou o presidente.
Lula continuou o relato dizendo que todos no avião ficaram muito preocupados. "Eu pedi para servir o almoço para o pessoal comer. Até fiz uma brincadeira estúpida dizendo que precisamos comer porque a gente não sabia se tinha comida no céu", disse.
Além dele, estavam a bordo a primeira-dama Janja; autoridades como a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves; o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues; e o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, posteriormente aprovado para assumir a presidência da autarquia. As senadoras Soraya Thronicke (União-MS) e Teresa Leitão (PT-PE) também estavam no voo.
Já em solo, o presidente disse que decidiu pela compra de novas aeronaves para a presidência, sem especificar quantas. Lula afirmou que é preciso um novo modelo para seu uso e outro para o uso dos ministros.
"Eu pedi para que o ministro da Defesa me fizesse uma proposta, nós vamos comprar um avião para o Presidente da República, entendendo que a ignorância não pode prevalecer. Um avião para o presidente da república não é um avião para o Lula ou para o FHC ou para o Bolsonaro. Um avião para a presidência da república é um avião para a instituição, quem quer que seja eleito" justificou.
O avião em que Lula e autoridades estavam havia sido comprado no primeiro mandato do atual presidente, em 2005, e foi batizado de "Aerolula". O apelido também foi relembrado pelo petista na entrevista desta sexta. Ele comentou como a compra foi usada como campanha política.
"Eu tive uma lição muito grande, porque eu durante muito tempo fui muito comedido. Eu quando comprei esse avião, 309, era o menor da Airbus. Ou seja, quando eu comprei, eu comprei o mais barato e o menor. Mesmo assim o Brizola o cunhou de 'Aerolula'. A campanha de 2006 foi feita em cima do 'Aerolula' como se o avião fosse um privilégio do presidente da republica", disse.
Lula acrescentou que superou esse episódio, acreditando que o presidente da república não deve correr riscos. Ele ainda relembrou que, antes de assumir aquele mandato, o então presidente Fernando Henrique Cardoso entrou em contato oferecendo ele mesmo fazer o pedido de um avião novo.
"FHC falou comigo: 'Oh, Lula, se você quiser, eu faço o pedido de um avião para você não sofrer um desgaste político'. Eu falei: 'Não, Fernando, não precisa'. Porque nós tínhamos quatro aviões, dois grandes, chamados de sucatão, e dois pequenos chamados de sucatinha", contou.
Segundo Lula, o "sucatão" levava 14 mecânicos para onde ia. "Quando parava em qualquer lugar, caia parafuso", brincou.