O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a cobrar do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, a redução da Selic – taxa básica de juros da economia brasileira –, atualmente a 13,75%. Durante a transmissão da semanal live “Conversa com o Presidente”, nesta terça-feira, 11, Lula criticou o patamar dos juros no Brasil e chamou Campos Neto de "teimoso" e "tinhoso".
“A inflação está caindo e logo vai começar a baixar a taxa de juros. O presidente do Banco Central é teimoso, tinhoso, mas não tem mais explicação [para o patamar atual dos juros]”, disse o presidente. A Selic está em 13,75% ao ano desde agosto de 2022. Este é o maior patamar dos juros desde dezembro de 2016.
A inflação, a que Lula se referiu na live, caiu 0,08% em junho, após alta de 0,23% no mês anterior, segundo os dados divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Quando o IPCA, o indicador oficial de inflação do Brasil, está em um nível muito alto, o BC sobe os juros, para tornar o crédito mais caro e desincentivar o consumo. No cenário oposto, se a inflação estiver em níveis baixos, o BC reduz os juros para estimular o consumo e, consequentemente, a economia.
O IPCA acumulado nos últimos 12 meses é de 3.94%. O BC atua para que a inflação fique dentro dos limites de um alvo predefinido. A meta perseguida para 2023 é 3,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos. Ou seja, entre 1,75% e 4,75%.
Como a inflação está dentro da meta, que é definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a expectativa do governo é para que a decisão do Banco Central seja de reduzir um pouco a Selic em agosto – mês da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).