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Economia

Lula diz no Japão que Brasil é um 'porto seguro' para investimentos

Presidente anunciou que País irá assinar dez acordos de cooperação e quase 80 convênios com empresas, universidades e bancos japoneses

26 mar 2025 - 06h36
(atualizado às 07h16)
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem comitiva cheia de políticos em viagem ao Japão
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem comitiva cheia de políticos em viagem ao Japão
Foto: Wilton Júnior/Estadão / Estadão

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira, 26, que o Brasil irá assinar dez acordos de cooperação "nas mais diversas áreas" com o Japão, além de quase 80 convênios entre empresas, bancos e universidades, durante a visita de Estado ao país. Em discurso no Fórum Empresarial Brasil-Japão, em Tóquio, ele exaltou a importância que o Japão teve para a economia brasileira no passado, mas disse que é preciso aprimorar a relação bilateral, que "não andou bem" na última década.

"Eu quero convidar os japoneses a investirem no Brasil porque o Brasil é um porto seguro, como foi para os japoneses em 1908?, disse Lula, em referência ao ano do início da imigração japonesa para o País. "Queremos compartilhar alianças entre as empresas japonesas e brasileiras para que a gente possa crescer juntos."

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Entre as oportunidades de negócio bilateral, o presidente citou a agenda climática, com destaque para a intenção do Japão de aumentar a proporção de etanol presente na gasolina. Lula também mencionou a expectativa com a ampliação dos investimentos de montadoras japonesas como a Honda, a Nissan e a Mitsubishi na produção local de veículos elétricos e híbridos.

"A descarbonização não é uma escolha, é uma necessidade e grande oportunidade. O envolvimento do setor privado é fundamental. O Brasil sempre será um aliado para reduzir a dependência global de combustíveis fósseis", afirmou o presidente.

Lula disse também que é preciso avançar nas tratativas para a assinatura de um acordo de comércio entre o Japão e os países do Mercosul. "Em um mundo cada vez mais complexo, é fundamental que parceiros históricos se unam para enfrentar as incertezas e instabilidades da economia global."

Livre comércio

Lula defendeu, em seu discurso, o multilateralismo e o livre comércio. "Nós não queremos uma segunda Guerra Fria. Queremos comércio livre para que a gente possa fazer com que nossos países se estabeleçam no movimento da democracia, no crescimento econômico e na distribuição de riqueza", disse.

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"Nós não queremos mais muros. Não queremos mais ser prisioneiros da ignorância. Queremos ser livres e prisioneiros da liberdade", afirmou o presidente, que apontou os riscos à democracia representados por radicais de direita. "A democracia corre risco no planeta com a eleição da extrema direita negacionista que não reconhece a vacina, não reconhece a instabilidade climática, não reconhece sequer partidos políticos e sindicatos."

Crescimento econômico

Ao comentar as oportunidades de negócio entre o Brasil e o Japão, Lula disse que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro tem crescido acima das previsões, o que deverá ocorrer novamente em 2025.

Entre os pontos positivos do País para investidores estrangeiros, ele citou a estabilidade jurídica e a reforma tributária. O presidente também destacou a retomada de políticas de concessão de crédito para a população e de medidas para a distribuição de renda.

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