O crescimento econômico do Brasil precisa ser distribuído para combater a pobreza no país, afirmou nesta sexta-feira, 1, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A declaração foi uma resposta à divulgação do PIB do segundo trimestre: cresceu 0,9%, acima das expectativas, aponta o IBGE.
"A gente não pode ficar assistindo na televisão que o PIB cresceu, mas não foi distribuído", disse Lula, durante cerimônia comemorativa de 18 anos de criação do Programa Agroamigo e de 25 anos do Programa Crediamigo, em Fortaleza.
Em sua fala, ele também voltou a criticar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e a cobrar que a autoridade monetária reduza a taxa básica de juros, atualmente em 13,25% ao ano.
"Temos que ter dinheiro para investir, e dinheiro para investir a juros baratos. Por isso que o cidadão do Banco Central precisa saber que ele é presidente do Banco Central do Brasil, e não presidente do Banco Central de outro país que não seja o Brasil, e que precisa baixar os juros. Não é possível, como é que o empresário vai investir?", indagou.
O presidente lembrou que Campos Neto não foi indicado pelo seu governo para comandar o BC e disse que não conversa com o presidente da autoridade monetária, levantando a hipótese de Campos Neto manter conversas com o ex-presidente Jair Bolsonaro, responsável por sua indicação ao posto.
"Nós vamos continuar brigando. É importante vocês saberem, o presidente do Banco Central não foi indicado por nós, ele foi indicado pelo governo anterior. E o Banco Central agora é autônomo, não tem mais a interferência da Presidência da República que podia chamar o presidente do Banco Central e conversar", disse Lula à plateia.
"Esse cidadão, se ele conversa com alguém, não é comigo. Ele deve conversar com quem o indicou, e quem o indicou não fez coisas boas para esse país", afirmou.