PARIS - O presidente francês, Emmanuel Macron, reforçou neste domingo, 24, na rede social X (antigo Twitter) o seu compromisso com a agricultura francesa na última semana em que esteve na América do Sul, para a cúpula do G-20.
Na postagem, Macron disse: "Uma semana na América do Sul para defender a nossa agricultura, agir pelo clima e lutar contra as desigualdades, mobilizar-se pela paz e segurança para todos... ao mesmo tempo!".
No vídeo compartilhado no X, Macron diz que a França não vai assinar o acordo com o Mercosul. Ele afirma que o presidente da Argentina, Javier Milei, disse não estar satisfeito com o acordo e com a funcionamento do bloco econômico sul-americano. "Para a Argentina, será muito ruim para sua reindustrialização, e para nós, será muito ruim para nossa agricultura", afirmou o presidente francês.
Une semaine en Amérique du Sud pour défendre notre agriculture, agir pour le climat et lutter contre les inégalités, mobiliser pour la paix et la sécurité de tous… en même temps ! pic.twitter.com/QWgLsu69O7
— Emmanuel Macron (@EmmanuelMacron) November 24, 2024
O tweet foi publicado em meio a protestos de agricultores franceses contra o acordo UE-Mercosul que, segundo eles, beneficiaria produtores dos países integrantes do Mercosul, como o Brasil. Na última semana, o grupo Carrefour anunciou que deixaria de importar carnes brasileiras.
Bompard afirmou que a decisão foi tomada após ouvir o "desânimo e a raiva" dos agricultores franceses, que têm protestado contra a proposta de acordo de livre-comércio entre a União Europeia e o Mercosul. Os atos de protesto, organizados pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Operadores Agrícolas (FNSEA) e pelos Jovens Agricultores (JA), começaram na última segunda-feira, 18, com bloqueios de rodovias e outras manifestações.
Em repúdio, frigoríficos brasileiros pararam de fornecer carnes ao grupo francês. A interrupção no fornecimento já atinge 150 lojas da rede no Brasil e a estimativa do mercado é de que em até três dias haja desabastecimento total dos supermercados do grupo já que se trata de mercadoria resfriada e/ou congelada. Procurado, o Carrefour Brasil negou desabastecimento, mas não se manifestou sobre a suspensão das entregas.