Em uma fábrica da Cisjordânia, região que integra o território da Palestina -- situada a leste de Israel e a oeste da Jordânia, funcionários do refrigerante 'Chat Cola' trabalham para atender à alta demanda dos palestinos por produtos locais desde o início da guerra em Gaza, em outubro de 2023.
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Vermelha com o nome em letras brancas, a lata da 'Chat Cola' remete diretamente aos da Coca-Cola, mas a ideia é justamente oferecer uma alternativa às bebidas da multinacional, acusada de ser pró-Israel.
Desde o início da guerra, dispararam o número das vendas dos produtos árabes e palestinos. A Coca-Cola é vista como excessivamente norte-americana, apesar de não fornecer produtos gratuitamente aos soldados israelenses em Gaza. Os Estados Unidos, vale lembrar, tem fornecido uma enorme assistência militar a Israel.
Na fábrica da 'Chat Cola', onde funcionários vestem uniformes com as palavras “sabor palestino” em árabe, a aversão à marca é bem clara - e lucrativa. Desde o início da guerra, dispararam o número das vendas dos produtos árabes e palestinos.
Boicote se estende a outros produtos
O chefe do departamento de proteção ao consumidor do Ministério da Economia palestino, Ibrahim al-Qadi, relatou à AFP que 300 toneladas de produtos israelenses foram destruídas nos últimos três meses após vencerem o prazo de validade.
O boicote teve grande impacto, mas a dependência palestina de produtos israelenses dificulta sua ampliação. A 'Chat Cola' é uma das poucas alternativas palestinas de qualidade para bater de frente com as concorrentes, e sua popularidade se deve a isso.
Esse desejo por produtos palestinos vem cada vez crescendo mais desde o início da guerra, mas é restringido pela "capacidade produtiva insuficiente". Em países árabes vizinhos, menos dependentes dos produtos israelenses, o boicote tem sido mais bem sucedido.
Na Jordânia, por exemplo, o conglomerado Majid Al Futtaim Group, de Dubai, anunciou o fechamento das operações do gigante francês Carrefour, do qual possui a franquia, após forte boicote de ativistas.