O grande fenômeno de bilheteria desta temporada certamente é "Barbie", mas isto não quer dizer que o filme dará lucro. Seu custo total incluindo marketing está na casa dos 300 milhões de dólares. Sua bilheteria global até agora não chegou a 800 milhões.
[Atualização em 7/8/2023 às 9:00: O filme "Barbie" bateu a casa de US$ 1 bilhão]
Considerando o custo de exibição, a fatia da receita que vai para os cinemas e o pagamento de impostos, o orçamento total de um filme tem que ser no máximo um terço da sua receita.
Certo que depois entrarão outras receitas como streaming. E no caso da "Barbie" vai entrar muita grana de merchandising, produtos em geral e bonecas, claro.
Mas na verdade o grande fenômeno cinematográfico da temporada ainda nem tem data para estrear no Brasil.
É um filme policial de orçamento pequeno, com atores não tão conhecidos, mas com um tema polêmico que está atraindo multidões de cristãos conservadores para os cinemas americanos.
O nome do filme é "Sound of Freedom" ("O Som da Liberdade"). Sua história é inspirada na vida de um agente do governo americano, Tim Ballard, e sua missão para resgatar crianças raptadas para tráfico sexual, na Colômbia.
O filme custou apenas US$ 14,5 milhões de dólares para produzir e já faturou mais de US$ 150 milhões. E isso só nos Estados Unidos! Para cada dólar investido já voltaram US$ 10 dos cinemas. A bilheteria de Barbie nos Estados Unidos não chegou ainda US$ 400 milhões.
Neste vídeo explico a estratégia de marketing polêmica do filme, baseada em depoimentos de celebridades ultra direitistas e em uma teoria de conspiração abilolada, divulgada pelo seu protagonista. É o ator Jim Caviezel, que ficou famoso fazendo o papel de Jesus no filme "A Paixão de Cristo".
(*) André Forastieri é jornalista, sócio da consultoria Compasso e fundador de Homework. Conheça melhor seu trabalho em andreforastieri.com.br.