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Medidas de proteção à indústria têm efeito limitado, diz FGV

Entre 2012 e 2013, foram iniciadas mais de 60 investigações antidumping pelo Departamento de Defesa Comercial, praticamente o dobro da média nos dois anos anteriores

1 abr 2014 - 14h57
(atualizado às 15h00)

Apesar de o governo brasileiro adotar cada vez mais medidas pontuais para proteger a indústria nacional, o efeito sobre a balança comercial tem sido limitado, de acordo com estudo do Grupo de Economia da Infraestrutura e Soluções Ambientais da Fundação Getulio Vargas (FGV).

<p>Um funcionário trabalha em um carro da Ford em uma fábrica da companhia em São Bernardo do Campo, São Paulo</p>
Um funcionário trabalha em um carro da Ford em uma fábrica da companhia em São Bernardo do Campo, São Paulo
Foto: Nacho Doce / Reuters

Entre 2012 e 2013, foram iniciadas mais de 60 investigações antidumping pelo Departamento de Defesa Comercial (Decom), praticamente o dobro da média nos dois anos anteriores, segundo o estudo. O dumping é uma prática comercial em que uma empresa exporta seu produto por um preço abaixo de seu valor cobrado no mercado interno, com o objetivo de conquistar mercados e, possivelmente, pode quebrar a concorrência.

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O estudo também afirma que as alíquotas sobre importação de vários produtos foram elevadas com o mesmo objetivo. A maior frequência de medidas pontuais se deve, segundo Gesner Oliveira, ex-presidente do Cade e um dos autores do levantamento, a uma tentativa de atenuar os números negativos das contas externas e a piora da balança comercial.

No entanto, o estudo “Política de comércio exterior: avaliação, perspectiva e estudo de casos” aponta que as medidas adotadas pelo governo não têm trazido os efeitos desejados.

A indústria de transformação tem convivido com déficits comerciais nos últimos anos. Em 2010, o saldo foi negativo em US$ 6,2 bilhões. No ano seguinte, o valor caiu para US$ 800 milhões negativos. Em 2012, contudo, o déficit voltou a crescer, atingindo US$ 15 bilhões. Já em 2013 a balança comercial do setor fechou com um resultado negativo de US$ 27,5 bilhões. A projeção para este ano aponta para um déficit de US$ 29 bilhões.

“A deterioração da balança ocorre a despeito da utilização crescente de instrumentos de política comercial de impacto pontual, como medidas de defesa comercial“, diz Gesner Oliveira.

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De acordo com o levantamento da FGV, o País precisa pensar em uma nova política comercial e reavaliar o custo e o benefício das medidas pontuais adotadas para proteger a indústria nacional.

Fonte: Terra
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