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Medidas fiscais do governo abrirão espaço para afrouxamento monetário, diz Haddad ao FMI

Ministro da Fazenda também disse que a a política monetária mais apertada no Brasil já está reduzindo a inflação.

11 abr 2023 - 13h33
(atualizado às 16h06)
Medidas fiscais do governo abrirão espaço para afrouxamento monetário, diz Haddad ao FMI
Medidas fiscais do governo abrirão espaço para afrouxamento monetário, diz Haddad ao FMI
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil / Estadão

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse em comunicado preparado para reunião desta semana do Fundo Monetário Internacional (FMI) que uma política monetária mais restritiva no Brasil está baixando a inflação e que a trajetória de "consolidação fiscal do governo" abrirá espaço para redução de juros.

"Com a maior confiança no quadro fiscal e um caminho de consolidação fiscal consistentemente afetando as expectativas de inflação e ancorando-as mais perto da meta dentro do horizonte relevante, haverá espaço para acomodação na taxa de juros", afirmou Haddad no documento, divulgado nesta terça-feira.

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O comunicado, com datas de 13 e 14 de abril, foi preparado antes da 47ª reunião do Comitê Monetário e Financeiro Internacional do FMI, em nome de Brasil, Cabo Verde, República Dominicana, Equador, Guiana, Haiti, Nicarágua, Panamá, Suriname, República Democrática de Timor-Leste e Trinidad e Tobago.

O FMI e o Banco Mundial estão realizando suas conhecidas reuniões de primavera em Washington, que tiveram início na segunda-feira e se encerram no domingo. Haddad, embora tenha assinado o comunicado preparado para uma dessas reuniões, está neste momento acompanhando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em viagem à China.

Segundo Haddad, a política monetária mais apertada no Brasil já está reduzindo a inflação. Dados divulgados mais cedo pelo IBGE mostraram que o IPCA subiu 0,71% em março, abaixo do esperado, após alta de 0,84% no mês anterior. Nos 12 meses até março o índice acumulou avanço de 4,65%, taxa mais baixa desde janeiro de 2021.

A taxa Selic está atualmente em 13,75% nível elevado que tem sido alvo constante de críticas de Lula e outros membros do governo, mas que o Banco Central ainda considera necessário para ancorar as expectativas de inflação.

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No comunicado ao FMI, Haddad afirmou que o governo brasileiro está comprometido com a sustentabilidade fiscal e da dívida do país, tendo a reforma tributária como outra prioridade imediata.

"Apresentamos ao Congresso e à sociedade um novo quadro fiscal que pode estabilizar com credibilidade a dívida pública ao longo do tempo e, subsequentemente, colocá-la em um caminho descendente claro", disse o ministro no documento.

"Reformar o sistema tributário para torná-lo mais simples e justo é outra prioridade imediata. O objetivo principal não é aumentar a receita, mas melhorar a qualidade da mobilização de receitas", acrescentou Haddad.

Na véspera, o ministro disse que o governo já fechou pendências que faltavam ser definidas na nova regra fiscal --que impede que as despesas federais cresçam mais do que a receita-- e, concluída a redação do projeto por técnicos, o governo tem até sexta-feira para encaminhá-lo ao Congresso Nacional.

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