O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, teria entrado em contato com as três principais agências de classificação de risco para solicitar que elas adiem por três meses a revisão da nota brasileira, informou nesta quarta-feira (16) o jornal Folha de S.Paulo.
De acordo com a publicação, Meirelles conversou com líderes das agências para que aguardem mais um trimestre antes de revisar a nota, como forma de evitar um novo rebaixamento.
A revelação vem menos de 24 horas depois que o governo de Michel Temer anunciou um aumento de 14,3% na previsão do déficit fiscal para 2017, aumentando o rombo para R$ 159 bilhões. O anúncio da equipe econômica de Temer ainda prevê déficit fiscal para os próximos três anos. Essa mudança aumentou os temores do governo de rebaixamento da nota brasileira pelas principais agências de análise de risco.
Na noite de ontem (15), quase que simultaneamente ao anúncio do governo, uma das principais agências, a Standard & Poor's (S&P), anunciou que retirou a nota do Brasil da observação negativa, definida em maio, mas manteve a nota em "BB" - dois patamares abaixo do grau de investimento.
Já a Moody's e a Fitch ainda não se pronunciaram, mas analistas afirmam que um novo corte da nota brasileira é muito provável - o que causaria problemas para o país atrair investidores estrangeiros.