O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse nessa terça-feira (4) que a economia do País deve crescer 2,7% no último trimestre deste ano na comparação com o mesmo período de 2016. A estimativa foi apresentada durante palestra no Financial Times Forum, realizado na capital paulista.
Em conversa com jornalistas após o evento, Meirelles disse que "o importante é que o Brasil volte a crescer, gerar emprego, gerar renda, com menos inflação".
"Acreditamos que no final deste ano o Brasil vai estar crescendo a uma taxa forte comparada com o final do ano passado, de 2,7%, e estar crescendo a um ritmo de mais de 3% entrando em 2018", disse o ministro.
Reforma da Previdência
Segundo Meirelles, o País já está em trajetória de recuperação, mas precisa da implementação de reformas para garantir a melhora. O ministro disse estar confiante na aprovação da reforma da Previdência pelo Congresso Nacional. Segundo ele, a mudança nas aposentadorias não é uma questão de opinião, mas de necessidade. "É o que eu digo: por mim, se fosse depender da minha opinião, todos os brasileiros poderiam se aposentar com 50 anos de idade e tudo bem. Só trabalhava mais quem ia preferir. Só que alguém tem que pagar e esse alguém é o povo brasileiro."
Para o ministro, mais importante do que a idade com que o trabalhador vai se aposentar é "que todos tenham segurança que vão receber a aposentadoria". Com a reforma, segundo ele, "todos poderão ter a tranquilidade de que vão se aposentar, vão receber a sua aposentadoria na época adequada e de mareira justa".
Durante sua palestra, Meirelles foi questionado sobre a resistência à proposta de reforma da Previdência, que tem motivado grandes mobilizações pelo país. Na avaliação do ministro, parte da resistência se deve a conclusões equivocadas sobre a reforma, como a de que os trabalhadores pobres serão prejudicados, o que, segundo ele, não ocorrerá.
Meirelles também argumentou que há um cálculo "falacioso" em relação às contas da Previdência. Segundo o ministro, somando todas as despesas e todas as receitas, em 2016, o déficit foi de R$ 150 bilhões, o que ele considera insustentável.
Perguntado sobre a margem de negociação do projeto com o Congresso Nacional, o ministro disse que algumas questões fundamentais precisam ser preservadas no texto, como a idade mínima e o estabelecimento de um limite para a questão de acumulação - quando morre o esposo ou a esposa e o sobrevivente tem já uma aposentadoria, por exemplo. "Tem que se estabelecer limites para tudo isso de maneira que seja sustentável. Mas os pontos fundamentais deverão ser preservados."
Sobre a aposentadoria dos militares, que ficaram de fora da proposta do governo, Meirelles disse que o assunto será tratado após a aprovação da reforma em discussão atualmente.