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Membros do BCE temem que tarifas de Trump afetem mais o crescimento do que a inflação

18 nov 2024 - 08h12
(atualizado às 08h13)

Duas das principais autoridades do Banco Central Europeu sinalizaram nesta segunda-feira que estão mais preocupadas com os danos que as novas tarifas comerciais dos Estados Unidos causariam ao crescimento econômico da zona do euro do que com qualquer impacto sobre a inflação.

Investidores e autoridades de todo o mundo estão aguardando os detalhes da nova política comercial do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, depois que ele fez do protecionismo um elemento fundamental de seu discurso de campanha.

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O vice-presidente do BCE, Luis de Guindos, e o presidente do banco central alemão, Joachim Nagel, enfatizaram o impacto que as novas restrições comerciais teriam sobre a produção, ao mesmo tempo em que se mostraram mais otimistas em relação às perspectivas para a inflação, que vem desacelerando.

"O equilíbrio dos riscos macroeconômicos tem mudado das preocupações com a inflação alta para os temores com o crescimento econômico", disse de Guindos em um evento em Frankfurt.

"A perspectiva de crescimento é obscurecida pela incerteza sobre as políticas econômicas e o cenário geopolítico, tanto na zona do euro quanto no mundo todo. As tensões comerciais podem aumentar ainda mais, elevando o risco de materialização de eventos de cauda."

Alguns analistas temem que o segundo mandato de Trump possa trazer uma repetição muito pior da guerra comercial de 2018 a 2019 do ex-presidente com a China, com ramificações para a Europa e possíveis retaliações.

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Nagel, em discurso em Tóquio, disse que as tarifas prometidas por Trump afetariam o comércio internacional, mas ele não está "excessivamente" preocupado com seu impacto sobre a inflação.

"A integração global teria que diminuir substancialmente para causar um aumento perceptível nas pressões inflacionárias", disse ele. "E, até agora, não temos visto isso."

Ele disse que se a fragmentação geoeconômica levasse a maiores pressões inflacionárias, o BCE e outros bancos centrais poderiam mantê-la sob controle por meio de taxas de juros mais altas.

Mas ele também argumentou que o BCE não poderia "negligenciar completamente a produção" e não reagiria de forma exagerada aos movimentos da inflação.

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