A criptomoeda está crescendo tanto no Brasil, que, segundo o The Paypers, o país já integra o Top 5 em termos de propriedade ― ficando atrás apenas de Índia, Estados Unidos, Rússia e Nigéria. Hoje, são mais de 10 milhões de usuários ansiosos por aproveitar o mercado em alta.
Ainda de acordo com a publicação, apesar de ser algo desconhecido pela maioria dos brasileiros, bancos tradicionais estão acompanhando de perto esse mercado e avaliando o comportamento do público mais jovem, especialmente da Geração Z (nascidos entre 1995 e 2010) ― que provavelmente será atraída pelas criptomoedas. Além disso, mais de 900 empresas brasileiras atualmente aceitam pagamentos com cripto.
O crescimento também se deve à institucionalização do assunto, principalmente porque, enquanto não se pode contar com um conjunto de leis para regulamentar o mercado de criptomoedas, os principais players aderiram a um Código de Autorregulação desenvolvido pela Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABCripto).
Com isso, empresas que atuam com custódia, intermediação e corretagem de criptoativos firmaram um compromisso ético em relação à livre concorrência, prevenção a fraudes, combate à lavagem de dinheiro e medidas anticorrupção.
Os golpes aumentam por todos os lados
Atualmente, a Receita Federal do Brasil tornou obrigatória a divulgação de atividades de criptomoedas. Assim, os cidadãos brasileiros têm de divulgar todas as transações envolvendo moedas digitais. Tanto os indivíduos quanto as empresas estão sob a rede da regra de tributação de criptomoedas.
O código também se aplica a trocas e doações. Mas, enquanto o governo está tomando medidas que visam reduzir os golpes, eles continuam aumentando.
De acordo com o Crypto Crime Report 2022, o volume global de transações com criptomoedas aumentou 567% entre 2020 e 2021, atingindo US$ 15,8 trilhões. Dada a adoção crescente, não é surpresa que mais cibercriminosos estejam usando criptomoedas. Embora, no mesmo período, o aumento de criptocrimes tenha sido de 79%, não se pode negar que US$ 14 bilhões em atividades ilícitas representam um problema significativo.
O relatório The Dark Side of Latin America mostra que o cripto tem um grande papel no cibercrime da América Latina e que 97% de todas as criptomoedas lavadas acabam no continente. O uso malicioso ocorre de três formas:
- • Através de um tumbler de criptomoedas, que mistura criptomoedas legítimas com comprometidas (criptografia da dark web, por exemplo);
- • Justificar a fraca regulamentação nacional quando se trata de políticas de conhecimento do cliente (KYC) e prevenção à lavagem de dinheiro (PLD);
- • Recorrer a trocas peer-to-peer (P2P) ilegais para lavar criptomoedas ilícitas.
De acordo com Guilherme Terrengui, head de novos negócios da Sumsub no Brasil, América Latina e Ibéria, o dinheiro criptográfico é um bom recurso para manter a competitividade internacional e se defender dos altos e baixos de uma moeda desvalorizada.
Mas o mercado exige cada vez mais ferramentas que inibam os criptocrimes. Com isso em mente, o executivo diz que a plataforma tudo-em-um acaba de lançar uma solução de monitoramento de transações de ciclo completo, com recursos de orquestração ao longo de toda a jornada do usuário.
O KYT (know-your-transaction), também conhecido como monitoramento de transações, é um conjunto de procedimentos destinados a detectar atividades suspeitas do cliente. Tanto quem envia, como quem recebe o dinheiro, pode ser monitorado. “Isso ajuda as empresas a permanecerem em conformidade com práticas de prevenção à lavagem de dinheiro e corrupção. São mais de 300 cenários de risco prontos para uso, permitindo que as empresas criem regras personalizadas e perfis de risco. Além disso, os usuários podem monitorar continuamente o status das transações em tempo real, mantendo todos os dados armazenados e gerenciados em um só lugar”, diz Terrengui.
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