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Mercado eleva projeção de juros e mantém estimativa de inflação em 4,37% após 10 semanas de alta

Mediana do relatório Focus para a taxa Selic no fim de 2024 subiu de 11,50% para 11,75%; economistas do mercado esperam duas altas de 0,50 ponto porcentual nas duas próximas reuniões do Copom

30 set 2024 - 10h03

BRASÍLIA - A mediana do relatório Focus para a taxa Selic no fim de 2024 subiu de 11,50% para 11,75%, sugerindo que o mercado ampliou sua projeção para o atual ciclo de aperto nos juros, com duas altas de 0,50 ponto porcentual (pp.) nas duas próximas reuniões do colegiado. A estimativa intermediária para a taxa no fim de 2025 também avançou, passando de 10,50% para 10,75% ao ano.

Considerando apenas as 72 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana do Focus para a Selic no fim de 2024 subiu de 11,25% para 11,75%. A estimativa intermediária para o fim de 2025 passou de 10,50% para 11%, considerando apenas as 70 estimativas atualizadas no período.

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A mediana para os juros no fim de 2026 continuou em 9,50%, mesma taxa de um mês antes. A projeção para o fim de 2027 seguiu em 9%, como já está há 19 semanas.

Banco Central espera que o IPCA termine 2024 em 4,30% e desacelere a 3,70% em 2025
Banco Central espera que o IPCA termine 2024 em 4,30% e desacelere a 3,70% em 2025
Foto: Dida Sampaio/Estadão / Estadão

Inflação

Após dez semanas de altas, a mediana para o IPCA de 2024 permaneceu em 4,37%, ainda próxima do teto da meta, de 4,50%. Um mês antes, estava em 4,26%. Nos últimos cinco dias úteis, 64 instituições revisaram as estimativas de IPCA de 2024 e, nessa base, a mediana recuou de 4,40% para 4,36%.

A mediana para o IPCA de 2025 também ficou inalterada nesta semana, em 3,97%, de 3,92% um mês antes. Considerando apenas as 64 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, passou de 4,0% para 3,86%.

As medianas para os horizontes mais longos também se mantiveram descoladas do centro da meta. Para 2026, oscilou de 3,62% para 3,60% após 16 semanas de estabilidade. Para 2027, seguiu em 3,50% pela 65ª semana consecutiva.

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O Comitê de Política Monetária (Copom) considera o primeiro trimestre de 2026 como seu horizonte relevante e espera que a inflação atinja 3,5% no período, considerando o cenário de referência, com a trajetória de Selic embutida no Focus e dólar a R$ 5,60, evoluindo conforme a Paridade do Poder de Compra (PPC).

Também no cenário de referência, o Banco Central espera que o IPCA termine 2024 em 4,30% e desacelere a 3,70% em 2025.

PIB em 2025

O mercado manteve a sua estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2024 após seis semanas de alta, em 3%. Considerando as 35 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa também se manteve em 3,0%.

A mediana do relatório Focus para a alta do PIB de 2025, por sua vez, se ampliou de 1,90% para 1,92%. Quatro semanas antes, estava em 1,85%. Considerando só as 35 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, passou de 1,91% para 1,93%.

Os economistas do mercado não alteraram as projeções de crescimento da economia em 2026 e 2027. Ambas permaneceram em 2,0%, como já estão há 60 e 62 semanas, respectivamente.

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O Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de setembro ampliou a projeção do BC para o crescimento do PIB deste ano de 2,3% para 3,2%.

Dólar a R$ 5,40

A mediana do relatório Focus para o dólar no fim de 2024 se manteve em R$ 5,40, contra R$ 5,33 um mês antes. A projeção para 2025 também ficou inalterada, em R$ 5,35, de R$ 5,30 quatro semanas atrás.

A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020. Com isso, o BC espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.

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