A perspectiva para a Selic foi reduzida de 14,25% para 13,75% neste ano, após oito semanas de aposta em manutenção, e foi mantida em 12,50% ao fim de 2017, segundo os economistas consultados pelo BC (Banco Central) para o Boletim Focus.
Com a mudança na previsão de 2016, o mercado passa a prever corte de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros mesmo após o Banco Central sinalizar no Relatório Trimestral de Inflação, divulgado na última quinta-feira (31), que não há espaço para afrouxamento da política monetária.
O Banco Central citou incertezas no balanço de riscos, com destaque para a inflação corrente e as expectativas, a indexação da economia brasileira e o processo de recuperação dos resultados fiscais, além das incertezas com a economia mundial.
Neste contexto, o BC afirmou que “reitera que essas condições não permitem trabalhar com a hipótese de flexibilização monetária”. As taxas de juros futuros recuaram com os investidores ajustando posições após o balde de água fria do BC.
PIB e inflação
A projeção para o PIB (Produto Interno Bruto) de 2016 foi revisada para baixo pela 11ª semana consecutiva e passou de queda de 3,66% para retração de 3,73%, segundo os economistas consultados pelo BC (Banco Central) para o Boletim Focus. Para o próximo ano, a expectativa para o PIB foi reduzida de crescimento de 0,35% para 0,30%.
Como resultado da ampliação da recessão, as perspectivas para a inflação seguem em desaceleração. A projeção para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) em 2016 foi revisada para baixo, passando de 7,31% para 7,28%.
Os economistas preveem desaceleração no ritmo de alta dos preços livres, enquanto os preços administrados (estabelecidos por contrato ou órgão público) tiveram sua projeção elevada de 7,30% para 7,40% neste ano.
Para 2017, a perspectiva para a inflação oficial, medida pelo IPCA, permanece em 6% há oito semanas, no limite da margem de flutuação estipulada pelo governo. A perspectiva para preços administrados continua 5,50%.
Dólar
A redução na perspectiva para a inflação deste ano também é decorrente do ritmo menor de alta esperado para o dólar. O valor da moeda norte-americana prevista para o fim de 2016 foi reduzido de R$ 4,15 para R$ 4 no Boletim Focus. Ao fim de 2017, a estimativa caiu de R$ 4,20 para R$ 4,10.
A perspectiva para a dívida líquida do setor público permaneceu em 41,10% em relação ao PIB deste ano. Para 2017, a estimativa avançou de 45,90% para 46,20% do PIB.