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Mercado vê déficit primário menor em 2024, mas piora visão da conta para 2025

Economistas mostram desconfiança sobre a capacidade do governo de atingir seu objetivo de zerar o déficit

14 mar 2024 - 11h33
(atualizado às 12h09)
Dados são do relatório Prisma Fiscal de março, compilado pelo Ministério da Fazenda.
Dados são do relatório Prisma Fiscal de março, compilado pelo Ministério da Fazenda.
Foto: Divulgação/Ministério da Fazenda / Estadão

Economistas passaram a prever um déficit primário menor neste ano, mas pioraram a visão para o rombo em 2025, mostrou nesta quinta-feira, 14, o relatório Prisma Fiscal de março, compilado pelo Ministério da Fazenda.

Agora, a expectativa mediana é de saldo primário negativo de 82,818 bilhões de reais em 2024, contra visão anterior de déficit de 83,974 bilhões, segundo o relatório. No entanto, para o ano seguinte, agora se espera que resultado seja negativo em 86,541 bilhões de reais, bem pior que a projeção anterior de rombo de 79,740 bilhões.

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Para 2024, foi prevista receita líquida (descontados repasses a Estados e municípios) de 2,099 trilhões de reais, acima dos 2,093 trilhões do último Prisma. Para 2025, no entanto, a expectativa caiu a 2,212 trilhões de reais, de 2,222 trilhões antes.

No que diz respeito à arrecadação das receitas federais -- considerada crucial pelos mercados para que o governo consiga atingir as metas previstas no novo arcabouço fiscal -- a visão mediana no Prisma passou a calcular 2,565 trilhões de reais neste ano, acima dos 2,545 trilhões previstos no boletim anterior.

Para 2025, a expectativa de arrecadação também subiu, a 2,706 trilhões de reais, de 2,694 trilhões antes.

Houve aumento na expectativa mediana de despesas do governo federal deste ano, a 2,180 trilhões de reais, contra 2,178 trilhões anteriormente. Para o período seguinte, a projeção caiu a 2,304 trilhões, frente a 2,306 trilhões na leitura passada.

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Enquanto isso, o mercado reduziu a projeção para a dívida bruta do governo geral a 77,50% do PIB neste ano, contra 77,67% esperados no mês anterior. Para 2025, o prognóstico foi reduzido marginalmente a 80,09%, de 80,10%.

As revisões do relatório Prisma ocorrem num momento de desconfiança sobre a capacidade do governo de atingir seu objetivo de zerar o déficit primário neste ano. Iniciativas do Ministério da Fazenda nesse sentido, como a tentativa de reonerar a folha salarial de 17 setores da economia e reformular o programa Perse, têm encontrado resistências políticas.

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